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Moradores da Ribeira mudam rotina após ataques com seringa

Três dos quatro ataques apurados pela Polícia Cívil ocorreram na Península Itapagipana

Redação iBahia • 20/10/2016 às 14:56 • Atualizada em 31/08/2022 às 18:07 - há XX semanas

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Assustadas, duas vendedoras do Largo da Madragoa, na Ribeira, liam pela manhã a notícia de mais uma vítima do “maníaco da seringa” nas páginas do jornal desta quinta-feira (20). Sem perder de vista quem se aproximava, elas conversavam sobre o terceiro ataque no bairro, a uma estudante de 12 anos, que ocorreu duas ruas dali, onde trabalham diariamente e onde foi registrado o primeiro caso, contra um motorista que foi espetado por um passageiro do ônibus que dirigia, no dia 18 setembro.“Aqui na região está todo mundo assustado e desconfiado, a gente não para de olhar para os lados por conta dessa história que corre por aqui, tem sido horrível”, desabafa a vendedora ambulante Regina. O clima, segundo moradores ouvidos pelo CORREIO, tem mudado até a rotina da região. “A gente vem trabalhar por precisar, mas quando dá 13h agora a gente vai embora, antes ficava até depois das 15”, exemplifica a vendedora de cachorro quente Eliana.

				
					Moradores da Ribeira mudam rotina após ataques com seringa
Portão da escola em que uma das vítimas estuda (Foto: Betto Jr.)
O número de pessoas atacadas por seringa nas ruas de Salvador chegou a sete este ano, segundo a Secretaria da Saúde (Sesab). A Polícia Civil tem registro e apura quatro casos, três deles ocorreram na região da Península Itapagipana, nos bairros da Ribeira e do Areal. A última vítima foi uma estudante da Escola Municipal Maria José de Paula, atacada a poucos metros do colégio por um homem negro, de estatura baixa e de porte atlético, segundo a delegacia da área.Por conta do medo de algo similar acontecer com a filha de 17 anos, o taxista Ivo Conceição, 60 anos, recuou na liberdade que dava a filha para caminhar na rua depois das aulas. “Agora todo dia eu vou busca-la na aula, já disse que ela não pode ficar perambulando até que esse cara seja preso”, contou Ivo. “A gente não sabe o que tem nessa seringa, se é algo fatal, e isso é o que mais me assusta. Está todo mundo em alerta e comigo não tem outra, se vier eu vou entrar em luta corporal com ele”, completa o taxista que atua em um ponto próximo do Largo da Madragoa.Até uma atividade da escola Maria José de Paula, onde a menina atacada estudava, prevista para esta quinta-feira (20), foi alterada. Segundo funcionários da Biblioteca Municipal Reitor Edgard Santos, na Ribeira, por conta do ataque de ontem (19), uma turma da escola que faria visita a unidade cancelou a atividade externa. Na escola, a direção optou por não relatar o ocorrido ou o impacto do ataque nas atividades.

				
					Moradores da Ribeira mudam rotina após ataques com seringa
A agente de endemias Patrícia (Foto: Betto Jr)
A comerciante Eliene Santos, 48 anos, vende lanches e mora em frente à escola municipal e relata que não tem percebido mudanças na rotina dos estudantes, mas reconhece que o medo no bairro ganhou um reforço. “Antes as pessoas ficavam preocupadas com o roubo de celular no ponto de ônibus, agora quem vai para o ponto tem ficado ainda mais com medo. Dizem que é onde o maluco da seringa mais gosta de atacar”, diz Eliene. Quando aguardava o coletivo distraída em uma parada de ônibus, a operadora de caixa Eliana dos Santos Pires, 41, foi atingida por uma seringa na região das nádegas por um homem.Nos relatos dos moradores, a falta de características precisas sobre o “maníaco” é o que mais assusta. Trabalhando diariamente caminhando pelas ruas da Ribeira, a agente de endemias Patrícia Araújo conta que os boatos também preocupam. “Eu trabalho com pessoas e é difícil ficar nas ruas. Ontem (depois do ataque à estudante) começaram a dizer que tinha acontecido novamente aqui e ali e isso assustou todo mundo”, relata. “Pode ser qualquer um e por acontecer tão perto da gente é de ficar em alerta”, opina a enfermeira Marli Barbosa, 37 anos, que aumentou a vigilância na rua com a filha de sete anos. Já o aposentado Valdemar Moura, 77, cobra uma maior presença da polícia nas ruas para dar maior segurança aos moradores. “Isso é moda dos Estados Unidos que estão trazendo pra cá, mas trazem por falta de autoridade”, queixa-se.Apuração A Polícia Civil investiga até o momento quatro casos, três deles registrados na 3ª Delegacia (Bonfim) e outro na 1ª Delegacia (Barris). De acordo com o departamento de comunicação da Polícia Civil, cada unidade está realizando apurações independentes, já que, até o momento, a investigação policial não aponta relação entre os ataques na região da Ribeira e o caso que aconteceu na Avenida Joana Angélica, contra um soldado do Exército de 20 anos, no dia 7 de outubro. Segundo o órgão, as características do suspeito repassadas pelas vítimas em ambos os casos são vagas e, mesmo assim, inicialmente apontam para mais de um agressor.

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