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SUSTENTABILIDADE

[ARTIGO] É possível ter um negócio social que dê lucro?

Redação iBahia • 29/07/2016 às 18:46 • Atualizada em 27/08/2022 às 2:49 - há XX semanas

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Iniciativa da Danone, o projeto Kiteiras tem foco no desenvolvimento do empreendedorismo para mulheres de baixa renda da região Nordeste
Foto: Divulgação

Por Lyana Bittencourt*

À primeira vista parece algo que não faz muito sentido, prestar um serviço de cunho social e lucrar com isso. Soa antagônico ou para alguns até mesmo antiético. No entanto, a realidade pode ser completamente diferente e ter impacto positivo na economia e no desenvolvimento social de comunidades carentes.

Até pouco tempo atrás os negócios sociais faziam parte do portfólio das entidades sem fins lucrativos, cada uma com seu foco de atendimento às mais diversas necessidades da população carente, como por exemplo, abrigo para idosos, deficientes físicos, crianças, portadores de doenças graves e muitas outras.

Essas entidades em maioria são mantidas por doações, tanto de pessoas jurídicas quanto de pessoas físicas. Também são regidas por uma legislação própria, onde uma das obrigações é prestar contas e apresentar balanço de suas atividades, valores arrecadados e onde e como foram aplicados, uma vez que são mantidas por doações e também classificadas como empresas do terceiro setor.

Os negócios sociais têm em seu cerne atividades que devem beneficiar pessoas de baixa renda, porém também têm o objetivo de serem lucrativos

Nos últimos anos a iniciativa social começou a despertar o interesse de empreendedores, que não viram barreiras entre ambição social e econômica.

Ou seja, entenderam que o trabalho com fins lucrativos pode sim gerar impacto social, e não há nada de errado nisso. Pelo contrário, esse modelo pode atrair ainda mais investidores para a causa social, gerando velocidade e escala para as ações, tentado diminuir a desigualdade e a pobreza, umas das principais deficiências do mundo moderno.

Os negócios sociais têm em seu cerne atividades que devem beneficiar pessoas de baixa renda, porém também têm o objetivo de serem lucrativos, gerando receita por meio da comercialização de produtos ou serviços que, por sua vez, remuneram os sócios ou geram capacidade de investimento para a própria empresa – acarretando na ampliação do seu potencial em ter efeito na sociedade.

Um belo exemplo disso, é o projeto kiteiras da Danone. A Danone, empresa de produtos lácteos, criou o projeto com foco no desenvolvimento do empreendedorismo para mulheres de baixa renda da região Nordeste por meio da venda porta a porta de kits de produtos Danone.

Ou seja, o projeto visa a venda de produtos para as comunidades de baixa renda, criando uma nova classe consumidora e ao mesmo tempo o desenvolvimento das comunidades por meio do empoderamento feminino. Mulheres que muitas vezes são as responsáveis pelo lar, mães solteiras, ou donas de casa sem atividade econômica.

Essas mulheres recebem treinamento, acompanhamento e começam a se sentir inseridas no mercado por meio do desenvolvimento de uma atividade econômica, a venda de produtos Danone, que por sua vez, gera receita para a companhia.

Olhando esse cenário, vejo que é um belo exemplo de como aliar a atividade econômica com o cunho social. Com tantas necessidades sociais que o Brasil e o mundo têm, não há quem possa dizer que isso está errado.

As iniciativas nesse sentido no Brasil ainda são pequenas, mas há que se abrir os olhos para o potencial desse mercado voltado para as classes D e E que atinge mais de 7 milhões de domicílios urbanos no país e que estão sedentos por investimento e desenvolvimento. Trata-se de uma janela de oportunidade que se abre para as empresas que tiverem olhos para ver.

*Lyana Bittencourt é diretora de marketing e desenvolvimento do Grupo Bittencourt. Artigo publicado originalmente na Exame.com, em 29 de julho de 2016.

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