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Menina que revelou estupro por carta estava em choque, diz agente

Horas depois, indignada com a situação, a mãe chegaria à delegacia, junto com a pequena, para dar queixa contra o suspeito

Redação iBahia • 23/06/2016 às 14:51 • Atualizada em 31/08/2022 às 3:07 - há XX semanas

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Foi com uma carta escrita num momento de desespero que uma menina de 12 anos conseguiu denunciar as violências sexuais que sofria pelo próprio pai em Manaus, no Amazonas. Depois de mais um ataque, sofrido na tarde de terça, ela escreveu uma carta para a mãe contando a rotina de estupros que vinha vivendo e o nojo que sentia a cada vez que o homem a tocava. Horas depois, indignada com a situação, a mãe chegaria à delegacia, junto com a pequena, para dar queixa contra o suspeito. Ambas estavam em estado de choque, como descreve o policial D. Chaves, da 4ª Cicom: "A criança estava abalada emocional e psicologicamente, e passou o tempo todo abraçada à mãe. Em nenhum momento disse nada, não conseguiu falar nada. Já a mãe foi muito decidida quando soube da transgressão, tudo indicava que a mãe não sabia antes da carta. Quando tomou ciência do fato, foi muito convicta ao se deslocar ao quartel da polícia militar", disse o tenente. Segundo o policial, o estupro mais recente aconteceu num momento em que a mãe da menina não estava em casa, pouco antes de mototaxista ir para o trabalho. Assim como a vítima, a mãe estava perplexa com o que acabara de descobrir: "a mãe estava indignada, também abalada psicologicamente. Ela pediu que houvesse justiça, pois mostrava-se revoltada com o ato bárbaro cometido pelo marido", contou o policial, que destaca a ação de colegas na prisão do suspeito: "houve um cerco policial bem planejado e os policiais militares efetuaram a prisão, resguardando a integridade física do suspeito".
Entenda o casoEm uma longa e sofrida carta, uma menina de 12 anos conta à mãe sobre os estupros praticados pelo próprio pai. “Me perdoe”, escreveu. Foi preciso tomar coragem antes de compartilhar o horror que vivenciou, como ela mesmo escreve. “Já faz um tempo que isso está acontecendo. Eu nunca reagi”, diz a menina, como quem tira um enorme peso dos ombros. A garota deixa claro, no texto, que já havia tentado entregar o pai antes, mas “não conseguiu”. Quando, finalmente, a mãe teve acesso ao conteúdo da carta, entregou a um polícia militar da 4ª Cicom de Manaus, no Amazonas, onde vive a família.
A carta, escrita em papel cor de rosa, detalha os abusos: "eu fingia que estava dormindo ou às vezes eu estava deitada ele vinha só de cueca (...) Isso tão nojento, mãe. Eu nunca tive coragem de dizer para ele. Tudo começou quando ele começou com uma história de que queria lutar. Eu queria que ele saísse de cima, mas depois eu deixei. Só que eu, na minha mente, nunca quis. Eu falava para mim “não, sai”, mas eu nunca falei para ele parar. Isso sempre me doía muito, mas eu sempre deixava. Eu decidi parar com isso. (...) Às vezes eu não queria olhar na cara dele, mas tinha que fingir que estava tudo normal. Eu não queria, mas eu escuto no jornal coisa de abuso, porque me doía muito. Eu já tinha escrito outra carta, só que não tive coragem de entregar e pedi a Deus para ter coragem de entregar essa. Por isso às vezes eu sinto raiva de repente. Nem ele, nem a senhora me viram chorando, mas eu choro muito".
O homem foi preso na manhã desta quarta. O caso é investigado pela Delegacia Especial de Proteção à Criança e ao Adolescente.

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