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NEM TE CONTO

Claudia Alencar diz que filhos não sabiam de estupro

"Caíram em prantos", disse atriz após revelação

Redação iBahia • 19/05/2017 às 16:15 • Atualizada em 27/08/2022 às 11:46 - há XX semanas

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Claudia Alencar fez um desabafo na última quarta-feira relatando um drama que viveu na juventude, quando, segundo ela, foi "estuprada por militares durante o regime militar". O drama da atriz de 66 anos chocou o país e também os filhos dela, Yann, de 29 anos, Crystal, de 25 anos, que só souberam do episódio recentemente. "Meus filhos nunca souberam do estupro e, quando contei, caíram em prantos. Eu os consolei", conta ela, que usa essa experiência traumática como tema em palavras motivacionais que ministra pelo país.
"Sinto e faço o meu possível para ajudar as mulheres a se unirem e a lutarem pelos seus direitos e ficarem lado a lado dos homens dignamente. O mais importante no meu depoimento está a superação feminina. Não fiquei me vitimizando. Pelo contrário, lutei só e através da arte e da espiritualidade e curei as feridas. Perdoei o que foi o ponto máximo de minha cura e saúde mental e física".
Em recente entrevista, Claudia contou que foi presa por 20 dias na Ditadura e que foi violentada e estuprada. "Eu estava em um grupo de teatro que queria mudar o país para melhor. Me deduraram e fui presa por 20 dias. Fizeram de tudo comigo. Me colocaram no pau de arara, me agulharam e me estupraram", revelou ela, que tinha apenas 22 anos na época.

				
					Claudia Alencar diz que filhos não sabiam de estupro
Claudia lembra que não recebeu apoio dos pais na época do abuso. "Só o fato de eu ter saído viva já foi uma bênção. E não me lembro de meus pais me darem mais carinho ou alguma conversa que amenizasse a dor. Ela foi se curando sozinha, deixada nos cantos da minha alma. Escrevia muito e me aliviava", diz. Além deste episódio, ela relatou que sofreu abusos dos ex-namorados. Na fase adulta, já quando estava no teatro, Claudia se relacionou com um homem violento, que a fazia chegar com hematomas pelo corpo no trabalho. "Ele chegou a quebrar a mão dele de tanto bater em mim", lembra.
"Quantos aos abusos dos machistas eu calava, por medo, e na época não havia proteção a mulher. Nem agora, vide a moça da Paraíba que foi denunciar seu marido e o delegado (!) disse que um armário caiu em cima dela. Estamos o século 12!", explica. A atriz explica que só decidiu relatar os ocorridos por conta da atual situação política do país. "Parte da população quer a volta da ditadura, e é como escolher um governo que assassina ou outro que rouba", justifica.
Por fim, a artista revela que recebeu mensagens de apoios de mulheres após o desabafo e rebate críticas de que estaria querendo aparecer com as declarações polêmicas. "Aparecer com dores? Alguns comentários são maldosos, propositalmente, porque o ser humano foi criado assim: para vilipendiar os outros. Veja que as mulheres ficaram ao meu favor. Alguns homens tiveram essa atitude abusiva comigo. Normal. Estamos no século 12!
Tenho 40 anos de carreira, 38 novelas, minisséries, seriados na TV, 37 peças de teatro, 13 filmes, 12 prêmios, quatro livros de poemas, estou em quatro Antologias, fiz dois livros de pesquisas teatrais, criadora de duas coleções de joias. Não preciso aparecer. Apareço com meu trabalho insano e belo durante a minha vida inteira. Acabo de fazer uma peça de teatro em São Paulo e um filme na mesma cidade. Trabalho sempre. Essa declaração é para que eu possa dar mãos às mulheres do Brasil , para que possamos ser tratadas dignamente", diz. Além de afirmar ter sido brutalmente violentada durante a Ditadura Militar, Claudia revelou ainda que o pai era violento com ela, os irmãos e a mãe, e que apanhava muito dele.
"Meu pai sofreu muito com a família dele e isso reverberou em minha família. Não tive uma infância feliz pois era espancada pelo meu pai sempre que deixava alguma louça para lavar ou que tirava alguma coisa do lugar. Com 20 anos, cheguei em casa após ter saído com meu namorado e sem querer quebrei o portão da nossa casa. Meu pai começou a gritar, correu atrás de mim e me enforcou. Comecei a ver tudo escuro e minha mãe ali, vendo tudo, sem saber o que fazer. Quase morri e depois acordei deitada em uma cama", relembra.

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