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Cocaína é mais viciante do que se pensava, revela estudo

Com base em escaneamentos cerebrais, os cientistas descobriram que a exposição a sinais do consumo da droga está associada à liberação da dopamina

Redação iBahia • 26/05/2017 às 11:45 • Atualizada em 26/08/2022 às 18:10 - há XX semanas

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A cocaína é mais viciante do que se pensava, aponta um estudo realizado por pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá. Com base em escaneamentos cerebrais, os cientistas descobriram que a exposição a sinais do consumo da droga está associada à liberação da dopamina numa área conhecida por promover o uso compulsivo, mesmo entre os que não se consideram viciados. Os resultados foram publicados esta semana no periódico “Scientific Reports”, e mostra que usuários que eventuais e recreativos podem estar muito mais perto da dependência do que imaginam.


"O estudo fornece evidência de que alguns sinais característicos de pessoas que desenvolveram vícios estão presentes muito antes do que a maioria de nós imaginava", disse Marco Leyton, professor do Departamento de Psiquiatria na McGill.

Os cientistas já sabiam que o uso da cocaína dispara a liberação da dopamina, um neurotransmissor envolvido no sistema de recompensas do cérebro. Em dependentes, sinais associados com o consumo da droga, como ver imagens de alguém fazendo uso da substância, são suficientes para desencadear a liberação da dopamina e levar ao desejo.

Entretanto, se pensava que o desenvolvimento da dependência era um longo processo. Com o avanço da adicção, a liberação da dopamina induzida apenas por sinais de consumo se move para o corpo estriado dorsal, uma estrutura bastante estudada por seu papel na forma como respondemos às recompensas.

Essa área do cérebro é conhecida por ser particularmente importante quando as pessoas começam a perder controle sobre seus comportamentos em busca de recompensas, explicou Leyton. "A parte dorsal do corpo estriado é envolvida em hábitos, a diferença, por exemplo, entre tomar um sorvete por causa da boa sensação contra ser uma resposta automática que ocorre quando não se é prazeroso ou leva a consequências que você quer evitar, como ganhar peso".

No estudo, a equipe do professor Leyton utilizou um equipamento de tomografia por emissão de pósitrons para analisar o que acontece no corpo estriado dorsal de usuários eventuais da droga. Os pesquisadores criaram vídeos para cada um dos participantes, mostrando o consumo da cocaína por um amigo. Os vídeos foram assistidos pelos participantes, e todos demonstraram aumento na liberação da dopamina nesta área do cérebro.

"Esta mudança do comportamento voluntário para habitual é apontado como importante no desenvolvimento do uso compulsivo da droga e a progração para a adicção", disse Sylvia Cox, doutoranda na McGill e autora principal do estudo.

Para Leyton, os resultados mostram que a “acumulação desses gatilhos cerebrais pode levar as pessoas ao vício muito antes do que elas esperavam”, por isso é importante procurar ajuda o quanto antes para evitar os efeitos severos da dependência.

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