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SAÚDE

Composto encontrado no brócolis pode ser 'elixir da juventude'

A substância se mostrou capaz de reduzir os sinais de envelhecimento, como o ganho gradual de peso

Redação iBahia • 28/10/2016 às 11:25 • Atualizada em 27/08/2022 às 7:02 - há XX semanas

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					Composto encontrado no brócolis pode ser 'elixir da juventude'
Um composto natural encontrado em alimentos como brócolis, repolho, pepino, edamame (vagem de soja verde) e abacate pode se tornar um verdadeiro “elixir da juventude” no futuro. Conhecida como nicotinamida mononucleotídeo (NMN), a substância se mostrou capaz de reduzir os sinais de envelhecimento, como o ganho gradual de peso, a perda da sensibilidade à insulinadeclínio na atividade física em um experimento com camundongos.
Segundo os pesquisadores responsáveis pela descoberta, feita em laboratório da Escola de Medicina da Universidade Washington em St. Louis, EUA, a suplementação da dieta dos animais com o composto aparentemente compensou a queda na capacidade do organismo de gerar e usar energia que vem com a idade. Os resultados da experiência foram considerados tão promissores que desde o início do ano cientistas da Universidade de Keio, Japão, conduzem um ensaio clínico limitado, chamado de fase 1, para saber se a ingestão extra de NMN teria o mesmo efeito em humanos.
- Mostramos uma maneira de frear o declínio fisiológico que vemos no envelhecimento dos camundongos – conta Shin-ichiro Imai, professor da universidade americana e autor sênior de artigo sobre o experimento, publicado nesta quinta-feira no periódico científico “Cell Metabolism”. - Isto significa que camundongos mais velhos têm o metabolismo e os níveis de energia de camundongos mais jovens. E como as células humanas se baseiam no mesmo processo de geração de energia, estamos esperançosos em traduzir num método que ajude as pessoas a permanecerem saudáveis à medida que envelhecem.
Pesquisas anteriores feitas pelo próprio Imai e o colega Jun Yoshino, também coautor do novo estudo, já tinha mostrado que, com a idade, o corpo vai perdendo a capacidade de produzir uma molécula essencial no ciclo de geração de energia, chamada nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD), cujos níveis caem em diversos tecidos. Eles, no entanto, verificaram que administrar a NAD diretamente nos camundongos não tinha efeitos contra o envelhecimento, o que os levou a buscar um método indireto para aumentar sua presença no organismo. E a resposta estava justamente no passo anterior ao NAD no ciclo metabólico-energético, a NMN.
No experimento, os cientistas observaram três grupos de camundongos saudáveis alimentados com rações normais. A partir dos cinco meses de idade, um dos grupos recebeu doses altas de NMN dissolvidas na sua água, enquanto o segundo recebeu doses menores do composto também misturadas à sua água e o terceiro serviu de controle, sem qualquer tipo de suplementação. A partir de então também, os pesquisadores compararam diversos aspectos da fisiologia dos animais, com avaliações a cada três meses, até eles completarem 17 meses (o camundongo de laboratório típico vive em geral dois anos, ou 24 meses).
Nestas comparações, os cientistas encontraram vários efeitos benéficos da suplementação do a NMN, incluindo melhoras no desempenho dos músculos esqueléticos, do funcionamento do fígado, na densidade dos ossos, sensibilidade à insulina, massa corporal e até na disposição para atividades físicas. No caso dos músculos, por exemplo, a administração de NMN melhorou o funcionamento das mitocôndrias, as “usinas de energia” de nossas células. Os camundongos que receberam o composto também ganharam menos peso com a idade mesmo consumindo mais ração, num sinal de um metabolismo mais acelerado que lhes deu mais energia para as atividades físicas. Todos estes benefícios, no entanto, só foram vistos nos animais mais velhos.
- Quando demos NMN para camundongos jovens, eles não se tornaram camundongos jovens mais saudáveis – destaca Yoshino. - A suplementação com NMN não tem efeito nos camundongos jovens provavelmente porque eles ainda fabricam muito de sua própria NMN. Suspeitamos que o aumento da inflamação que vem com a idade reduz a capacidade de o corpo produzir NMN, e, consequentemente, NAD.
Outro achado importante do experimento foi de que a suplementação com NMN não elevou as taxas de desenvolvimento de câncer entre os animais.
- Sabe-se que algumas células cancerosas têm uma maior capacidade de sintetizar NAD, então estávamos preocupados de que fornecer a NMN aumentaria a incidência de câncer, mas não observamos qualquer diferença nas taxas de câncer entre os grupos – diz Imai.
O ensaio clínico de fase 1 com a suplementação de NMN no Japão está usando o composto fabricado pela Oriental Yeast Co., que também forneceu a substância usada no estudo com os camundongos. Fora deste experimento, porém, não existe NMN de qualidade disponível no mercado, mas sempre é possível comer mais brócolis.

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