Ver o passado refletido em um espelho foi um dos processos que Reynaldo Gianecchini, de 43 anos, experimentou ao ser apresentado ao protagonista de “A lei do amor’’ pelas mãos de Chay Suede, de 24. O jovem ator é intérprete de seu personagem, o velejador Pedro, na primeira fase da próxima novela das 21h, que estreia dia 3 de outubro. O encontro de gerações se deu para o nascimento de uma figura comum aos dois e, foi em meio à construção da identidade do herói romântico da história de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari que Giane, de volta à TV após fazer um gigolô em “Verdades secretas’’, embarcou em uma espécie de túnel do tempo. O resultado dessa viagem foi a constatação de que a maturidade o transformou.
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— Sou quase outra pessoa. O jovem vai peitando tudo, não tem medo, vai no impulso, ainda está querendo brincar com os brinquedinhos do ego, no sentido de querer conquistar as pessoas, posições. E muitas vezes, dá várias cabeçadas. Aos 40 e tantos anos, não me interessa mais os brinquedinhos do ego, conquistar tanta gente. Estou em um momento em que não me interessa provar mais nada para ninguém, nem pra mim mesmo. Relaxei — diz.
A estrada percorrida até aqui, que incluiu vencer um câncer diagnosticado em 2011, distanciou o ator da juventude, resgatada, de certa forma, pela proximidade com Chay durante a fase de preparação para o trabalho.
— Eu me via muito nele. Via o meu passado com uma compaixão pelo que já vivi, pela minha história, por todos os erros que foram importantes para eu ser quem sou hoje. Depois dos 40, a gente não tem mais tanta energia para gastar. O jovem é mais ansioso, é tudo ou nada. Hoje em dia, não é tudo ou nada — compara.
Nessa brincadeira de voltar ao passado, o cabelo loiro adotado pelo ator para a nova novela o levou a tempos distantes. O visual escolhido para o velejador Pedro, com anos de exposição ao sol marcados no corpo, fez Giane se reencontrar com o anonimato.
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— Ninguém me reconhece. Fiquei esses meses todos andando nas ruas quase incógnito. Durante a Olimpíada, eu ia para Copacabana assistir aos jogos e achavam que eu era gringo — conta aos risos.
Ainda que o ciclo da vida promova movimentos a todo instante, seja na ficção ou fora dela, o mocinho da história carrega paixões de longa data. Uma delas é a bela Helô (Claudia Abreu nos dias atuais e Isabelle Drummond há 20 anos), que ele reencontra quando retorna ao Brasil, depois de morar por muito tempo fora do país. A outra é velejar.
— O Pedro é um cara solto, apaixonado pelo mar. Eu também gosto muito do mar, mas tenho respeito, para não dizer medo mesmo, porque é uma grande força da natureza. Toda vez que eu entro na água, quase faço uma oração — confidencia o ator.
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