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CINEMA

Diretor de 2 filhos de Francisco faz o ‘Breaking bad’ brasileiro

Breno Silveira estreia na TV e reclama que o cinema está engessado

Redação iBahia • 12/06/2016 às 11:40 • Atualizada em 29/08/2022 às 1:56 - há XX semanas

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Um homem contrata pessoas para fazer uma obra em seu apartamento. A obra fica um horror, e ele nunca mais encontra os responsáveis pelo serviço. Tempos depois, o apartamento é invadido pela polícia, que descobre grande quantidade de maconha escondida num teto falso. Sem conseguir se explicar, o homem é preso por tráfico. O que parece ficção aconteceu no interior de São Paulo. E vai virar série a partir desta semana, marcando a estreia do diretor Breno Silveira, de “2 filhos de Francisco”, na televisão. — Olha, acho que descobri o “Breaking bad” brasileiro — diz Breno, sentado em sua sala no último andar da produtora Conspiração Filmes, em Botafogo. — É uma história surreal, mas, como a gente pode ver no Brasil agora, a realidade pode ser mais surpreendente do que a ficção. Batizada de “1 contra todos”, a série estreia na sexta-feira, às 23h no Fox+, e no dia 20, na Fox, às 22h30m. Terá oito episódios, com roteiro de Breno, Thomas Stavros e Gustavo Lipsztein. Mas a segunda temporada já está confirmada. Desde “2 filhos...”, que levou 5,3 milhões de espectadores ao cinema em 2005 para ver a história de Zezé Di Camargo & Luciano, tornando-se um dos dez campeões de bilheteria do cinema brasileiro, Breno ouve e coleciona casos para futuros projetos cinematográficos. Em 2012, ele levou às telas “Gonzaga — de pai pra filho” (2012), sobre a relação de Gonzagão e Gonzaguinha. E seguiu pensando que “assuntos importantes deveriam estar no cinema”. Até que um dia, comentou o caso do “traficante” com Zico Góes, diretor da Fox. Saiu de lá com o projeto aprovado. Para a televisão. — Começou para o cinema, só que hoje está muito complexo viabilizar cinema, em parte porque as pessoas só querem títulos comerciais, menos inteligentes, e parece que agora o cinema vai viver de “Batmans” e comédias. Ou então o filme é muito de nicho. Um filme médio com história boa você não encontra — diz. Para o diretor, a indústria brasileira segue no ritmo da americana, que presencia a migração dos bons títulos e dos bons diretores do cinema para a TV. Seja na grade comum seja em serviços on demand. — Há coisas que ainda quero contar na tela grande, mas a série abriu um leque gigantesco. É uma saída maravilhosa para diretores de cinema, onde está tudo engessado. Mudar roteiro e experimentar personagens é muito interessante. TIRO, PORRADA, E... LÁGRIMAS
Julio Andrade (centro) encabeça o elenco de '1 contra todos' - Divulgação
— O drama dele é lindo, o que a mulher dele faz, o que o filho faz. Como nos meus filmes, você não termina a série sem chorar. Eu não gosto de história de trama, gosto de personagem. E tenho um encanto por almas simples e brasileiras. Acredito neste personagem que parece não existir mais no Brasil — desabafa o diretor, que escolheu a música “Não existe amor em SP”, de Criolo, para a abertura da atração. Acostumado com a morosidade do processo cinematográfico — ele levou sete anos para finalizar “Gonzaga” —, Breno conta que escreveu, dirigiu e finalizou “1 contra todos’ em um ano. Em novembro, já começa a rodar a segunda temporada. — Na primeira temporada partimos de uma história real, mas sem compromisso. Fomos até onde a loucura permitia. E aí? O que tínhamos? Interessante é que o país não para de dar pano pra manga, então pegamos nossa realidade política e jogamos os episódios da segunda temporada para Brasília. Aí, vamos tratar do submundo das drogas ligado à política. Com certeza, minha decepção e minha tristeza estarão presentes — adianta o diretor.

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