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Familiar de estudante morto na Barra escreve carta sobre o caso

A carta diz sobre a relação do jovem com a família e de como estão superando a perda

Redação iBahia • 16/05/2017 às 21:20 • Atualizada em 29/08/2022 às 15:27 - há XX semanas

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Mais de um mês e meio depois que o estudante Claudson Alberto Silva Júnior, 15 anos, morreu durante um assalto na porta de casa, os familiares do adolescente lutam para ver o jovem que confessou o crime atrás das grades. Geovane de Santana Rocha, 21, foi preso alguns dias depois do latrocínio (roubo seguido de morte), assumiu que participou do assalto, mas recebeu um alvará de soltura na semana passada. Na sexta-feira (12), o Ministério Público da Bahia apresentou denúncia contra ele.


				
					Familiar de estudante morto na Barra escreve carta sobre o caso

Desde o crime a família tem evitado comentar o caso, mas, nesta terça-feira (16), um dos familiares resolveu quebrar o silêncio. Uma mulher escreveu uma carta sobre a relação de Juninho - como Claudson era conhecido entre os mais próximos - com a família e sobre como os familiares estão superando a perda.


Emocionada, ela pediu para não ter o nome divulgado. Confira o relato encaminhou ao CORREIO na íntegra, logo abaixo:

Já venho a algum tempo procurando as palavras para escrever. Tenho procurado ver o que aconteceu pelos mais diversos pontos de vista que alguém pode tentar enxergar e não tem sido tarefa fácil, quando a gente se torna emoção da cabeça aos pés. Quem me conhece sabe do que eu estou falando e a estes peço licença para me apresentar aqueles que não sabem quem eu sou. Quando eu tinha 11 anos fui presenteada no dia 03 de janeiro de 2002, a conviver com esse anjo que foi Juninho. Foram 15 de anos convívio. Eu nunca fiz questão de muita coisa, mas o pouco que tenho sempre fiz questão de abraçar e proteger. Minha família é a típica família brasileira, entre tapas e beijos, nós vamos nos entendendo e nos amando. Juninho e eu sempre fomos próximos, uma relação de mútua cumplicidade, apesar de alguns momentos de distância essa parceria nunca deixou de existir. Ele dizia que eu era um irmão mais velho para ele, porque sempre fui aquela que se fosse necessário dar a cara para bater (literalmente), eu faria e faço por qualquer um da minha família e quem amo. Questionam muito sobre como estamos: sim, estamos retomando nossas vidas na medida do possível. Existem dias péssimos, outros mais ou menos, e outros que conseguimos respirar e dar sorrisos lembrando de como e o que Juninho faria em determinadas situações. Juninho era amor da cabeça aos pés. Se pudesse colocava o mundo de amigos que tinha em casa ou então, seria onipresente, para poder estar em todos os lugares ao mesmo tempo, para estar com todos que precisavam dele. Ele deixou para todo mundo uma lição de amor e do quanto devemos aproveitar cada momento como se fosse o último. Foi a primeira data comemorativa sem aquele sorriso, sem aquele abraço, mas cheio de lembranças do que ele foi e do que poderia ter sido e, principalmente, do amor de Juninho. Outro dia, precisamente dia 09 de maio de 2017, o primeiro dia que consegui abrir o processo mais difícil que li e lerei em minha vida fui acometida com a notícia da soltura de GEOVANE DE SANTANA ROCHA. Tenho um pouco de esclarecimentos dos fatos jurídicos envolvidos e por isso questiono a lei, esta lei que é pro-réu e que entendeu que deveria este homem estar solto: CADÊ A GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA? CADÊ PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE? A delegada, Dra. Carmem, titular da 14ª Delegacia, fez o papel dela de prender, de investigar e mesmo com os capacetes (podendo inclusive, deixar de descobrir quem era) ela foi atrás e descobriu o mais difícil, os responsáveis pela tragédia. Quando se trata do pedido feito pela Defensoria Pública quando PLEITEOU o pedido de relaxamento de prisão, instituição esta que existe para garantir a ampla defesa e o contraditório, princípio constitucional de todo o cidadão brasileiro, não me surpreendeu tal pedido. Mas ao Poder Judiciário este sim, minha mais profunda REVOLTA quando entendeu que extrapolar o prazo de 4 DIAS da não conclusão do Inquérito Policial era tempo necessário para que este cidadão, que tirou UMA VIDA, que se preocupou mais com o seu bem (a moto), deve responder em liberdade. Me questiono se todos os prazos do Poder Judiciário estão sendo cumpridos, tendo em vista que alguns processos demoram tanto tempo para ser julgados ou até mesmo, que uma audiência seja designada. Realidade entre tantos advogados. A denúncia foi distribuída ONTEM dia 15 de maio de 2017 e tenho certeza que o MINISTÉRIO PÚBLICO vai lutar para que nossa Justiça, esta Justiça a qual ainda acredito, possa ser feita no caso do meu irmão. A todos peço que continuem rezando pela família, porque tenham certeza que são essas orações que tem fortalecido.

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