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Governo do Rio Grande do Norte confirma 27 mortos em rebelião

Diretor do IML diz que número de mortes chega a 30; peritos são convocados

Redação iBahia • 15/01/2017 às 18:53 • Atualizada em 31/08/2022 às 19:48 - há XX semanas

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O governo do Rio Grande do Norte confirmou, por volta das 18h deste domingo, que 27 presos foram mortos durante rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal. Mais cedo, o Instituto Técnico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep) havia informado que o número de mortes chegava a 30. Vídeos que estão sendo repassados pelo WhatsApp mostram os corpos de ao menos 20 detentos. Alguns foram decapitados.

Pela manhã, o secretário de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino, informou que eram pelo menos 15 mortos dentro da unidade prisional. A rebelião, que começou na tarde de sábado, é considerada por Virgolino como " a pior crise do sistema penitenciário do Rio Grande do Norte em termos de mortes". Nove presos feridos no motim foram levados a um hospital na região metropolitana para receber atendimento médico.

SEIS PRESOS QUE COMANDARAM MOTIM SÃO IDENTIFICADOS

Virgolino disse, em entrevista coletiva na manhã deste domingo, que já foram identificados ao menos seis presos que comandaram a rebelião em Alcaçuz. Ainda de acordo com o secretário, eles vão ser transferidos para outra penitenciária.

A informação de que a rebelião está controlada é confirmada pelo governo potiguar. No entanto, presos do pavilhão quatro e cinco caminham livremente pelo telhado dos pavilhões.

— (A rebelião) Está controlada. Fizemos um trabalho durante toda a noite, e isso foi imprescindível para que fizéssemos a intervenção dos grupos táticos, especialmente o Batalhão de Choque e o Bope. Não há nenhum tipo de conflito ou rebelião em Alcaçuz — afirmou o secretário estadual de Segurança Pública, Caio Bezerra, que também participou da entrevista coletiva.

A rebelião foi controlada após pouco mais de 14 horas. Os detentos iniciaram o motim às 17h de sábado (horário local, 18h em Brasília) e se renderam depois que a Tropa de Choque da Polícia Militar entrou nos pavilhões, na manhã de domingo. Segundo a secretaria de Segurança, não houve troca de tiros.

De acordo com Virgolino, os presos cortaram fios de eletricidade da penitenciária no início da rebelião. A unidade ficou sem energia e os bloqueadores de sinal de celular pararam de funcionar. Com isso, os detentos conseguiram entrar em contato com as famílias. O secretário disse que um preso conseguiu fugir, mas foi recapturado. Ele teria avisado sobre o número de mortos.

O secretário de Justiça explicou que a rebelião começou quando os presos do pavilhão 5, onde estão cerca de 400 membros de uma facção criminosa, invadiram o pavilhão 4, que abriga cerca de 200 apenados de uma facção rival.

— Os presos aproveitaram o fim da visita para, de forma simultânea e em grande aglomeração, sair do pavilhão 5 e se dirigiram ao pavilhão 4, onde houve algumas mortes. Mas a Sejuc, junto com a Polícia Militar, controlou a parte externa para evitar fugas. Subimos em cima das guaritas e lançamentos munições com gás para conter o avanço e separamos as facções — disse Virgolino.

O secretário de Segurança informou, ainda, que equipes da Polícia Civil estão apurando as circunstâncias da rebelião e, em seguida, os envolvidos serão responsabilizados. Nem o secretário de Segurança Pública, nem o secretário de Justiça descartaram hipóteses de facilitação de agentes públicos para a rebelião.

— Ainda é cedo para chegar a qualquer conclusão — disse Bezerra.

Segundo Virgolino, há relatos sobre a presença de armas dentro do presídio durante o motim. Durante a semana, antes da rebelião, a Polícia Militar realizou quatro operaçãos na penitenciária e apreendeu armas com os presos. O secretário de Justiça foi questionado se havia relação entre os motins em Manaus e no Rio Grande do Norte. Ele negou:

— A situação no Norte estimulou os presos, mas não tem relação com a situação do Rio Grande do Norte.

A Penitenciária Estadual de Alcaçuz fica em Nísia Floresta, a cerca de 40 quilômetros de Natal, e tem capacidade para 620 presos. Porém, abriga atualmente 1.140 pessoas, segundo dados da secretaria de Justiça e Cidadania.

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