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Incêndio que matou 242 pessoas na Boate Kiss completa dois anos

Entre os mortos, muitos eram adolescentes com menos de 18 anos, que não poderiam ter entrado na casa noturna

• 27/01/2015 às 21:18 • Atualizada em 28/08/2022 às 3:20 - há XX semanas

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O incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que matou 242 pessoas, completa nesta terça-feira (27) dois anos. Conhecido como a tragédia da Boate Kiss, o episódio comoveu o país, porque a maioria dos mortos era adolescentes que participavam de uma festa de universitários. A casa noturna não tinha saídas de emergência, nem plano de evacuação, o que resultou no alto número de mortes. Denunciados por homicídio doloso, os donos da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, chegaram a ser presos, mas respondem ao processo em liberdade e nunca foram julgados. Assim como eles, foram denunciados por homicídio doloso qualificado os músicos da Banda Gurizada Fandangueira, que tocavam na boate no dia do acidente e acenderam o artefato pirotécnico que iniciou o incêndio. Eles e os donos da boate fazem parte do grupo de 28 pessoas responsabilizadas e denunciadas pelo Ministério Público. A denúncia foi aceita e o processo está na fase de oitiva das 51 testemunhas indicadas pela defesa. Ainda serão ouvidos peritos e os próprios réus, antes que seja definido se o julgamento será por júri popular ou se o crime será requalificado, por exemplo como culposo, e julgado pelo próprio juiz.
Entre os mortos, muitos eram adolescentes com menos de 18 anos, que não poderiam ter entrado na casa noturna
Em dezembro, nova denúncia foi apresentada pelo Ministério Público, que acusou 43 pessoas de crimes como falsidade ideológica, fraude processual e falso testemunho no inquérito que apurou as causas do acidente. Além disso, correm seis processos sobre responsabilidades civis relacionadas ao incêndio. Oito bombeiros foram acusados de fraudes durante o processo de liberação dos alvarás da boate. Em Santa Maria, hoje é dia de luto. Diversas homenagens foram feitas às vítimas, incluindo caminhadas e vigílias. A prefeitura decretou ponto facultativo, e a cidade foi decorada com faixas brancas lembrando a tragédia. A pista em frente ao local onde a boate funcionava foi interditada para que profissionais de saúde fizessem atendimento psicossocial. À noite, uma festa ocorrerá em pub da cidade, com autorização de associações de parentes das vítimas. A ideia é conscientizar jovens sobre a necessidade de frequentar locais seguros e que funcionem respeitando normas legais. O que aumentou a proporção da tragédia na Boate Kiss foi a instalação de uma espuma inadequada para o isolamento acústico das paredes da casa noturna. Ao ser exposta ao fogo do artefato usado pelo vocalista da banda, a espuma queimou por dentro, impedindo que o incêndio fosse percebido e permitindo que escapasse uma fumaça altamente venenosa. Como não havia rota de fuga e as saídas da boate estavam obstruídas por objetos que evitavam a saída dos frequentadores sem pagar, boa parte das pessoas não conseguiu deixar o local. Muitos jovens se perderam ao procurar a saída, porque não havia indicadores luminosos. Entre os mortos, muitos eram adolescentes com menos de 18 anos, que não poderiam ter entrado na casa noturna. Pessoas que conseguiram sair antes do incêndio voltaram para tentar resgatar os que ainda estavam dentro da boate, mas morreram envenenadas pela fumaça. Alguns morreram de pneumonite química dias depois nos hospitais.

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