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"Não cometi nenhum crime", diz Aécio Neves em artigo

Irmã de Aécio, Andréa Neves, e o primo dele Frederico Pacheco, foram presos em operação da PF na quinta-feira passada

Redação iBahia • 22/05/2017 às 9:43 • Atualizada em 28/08/2022 às 3:05 - há XX semanas

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O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, em artigo publicado no jornal “Folha de S. Paulo” nesta segunda-feira, que não cometeu nenhum crime e atacou o dono da JBS e delator, Joesley Batista. O tucano inicia o texto declarando que, nos últimos dias, teve a vida foi virada pelo avesso. A irmã de Aécio, Andréa Neves, e o primo dele Frederico Pacheco, foram presos em operação da PF na quinta-feira passada.

“Tornei-me alvo de um turbilhão de acusações, fui afastado do cargo para o qual fui eleito por mais de 7 milhões de mineiros e vi minha irmã ser detida pela polícia sem absolutamente nada que justificasse tamanha arbitrariedade. Tenho sentimentos, sou de carne e osso, e esses acontecimentos - o que é pior, originados de delações de criminosos confessos, a partir de falsos flagrantes meticulosamente forjados- me trouxeram enorme tristeza”, afirmou o tucano no artigo.


Como O Globo revelou, Joesley Batista entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma gravação em que Aécio pede R$ 2 milhões ao empresário, sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na Lava-Jato. O primo do senador foi filmado recebendo o dinheiro.

“Tudo isso sofreu um abalo sísmico, na semana passada, com a divulgação de gravações covardemente feitas pelo réu confesso Joesley Batista de conversas com o presidente da República e de outras que manteve comigo. Nestas, ele tenta conduzir o diálogo para criar-me todo tipo de constrangimento. Lamento sinceramente minha ingenuidade - a que ponto chegamos, ter de lamentar a boa-fé! Não sabia que na minha frente estava um criminoso sem escrúpulos, sem interesse na verdade, querendo apenas forjar citações que o ajudassem nos benefícios de sua delação”.

Nas gravações, Aécio criticou os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e disse que eles eram "frágeis". No artigo, o tucano disse que, ao se referir a autoridades, usou um vocabulário que não costuma usar e se penitencia. Declarou ainda que já se desculpou pessoalmente com eles.

“Mas reafirmo: não cometi nenhum crime! Setores da imprensa vêm destacando uma acusação do delator de que, em 2014, eu teria recebido R$ 60 milhões em ‘propina’. Mas muito poucos tiveram a curiosidade de pesquisar e constatar que isso se refere exatamente aos R$ 60 milhões que a JBS doou legalmente a campanhas do PSDB naquele ano. E foram raros também os que se interessaram em registrar afirmações dos próprios delatores sobre mim - ‘nunca nos ajudou em nada’ e ‘nunca fez nada por nós’, disseram a meu respeito. Então pergunto: onde está o crime? Aliás, de qual crime acusam a mim e a meus familiares?”, afirmou Aécio.

No artigo, o senador afastado disse ter solicitado à irmã que procurasse Joesley Batista, a quem ela não conhecia, na tentativa de vender o apartamento em que a mãe mora. Segundo ele, parte desse valor ajudaria a arcar com os custos de sua defesa.

“Foi do delator a sugestão de fazer um empréstimo com recursos lícitos, que ele chamava "das suas lojinhas", e que seria naturalmente regularizado por meio de contrato de mútuo, até para que os advogados pudessem ser pagos. O contrato apenas não foi celebrado porque a intenção do delator não era esta, mas sim criar artificialmente um fato que gerasse suspeição e contribuísse para sua delação. Daí por diante, fomos vítimas de uma criminosa armação feita por elementos que não se constrangeram em criar falsas situações para receber em troca os extraordinários benefícios de sua delação, inclusive ganhando dinheiro especulando contra o Brasil e contra os brasileiros, em razão da crise provocada pela divulgação das gravações. Para eles, o crime e a calúnia certamente compensam”, escreveu o senador afastado.

Aécio se disse vítima de uma “criminosa armação”, mas que isso não significa que não tenha errado:

“Errei ao procurar quem não deveria. Errei mais ainda, e isso me corrói as vísceras, em pedir que minha irmã se encontrasse com esse cidadão, que em processo de delação arquitetou um macabro e criminoso plano para obter certamente ainda mais vantagens em seu acordo”.

No fim do texto, Aécio afirma que nenhum de seus atos legislativos e políticos demonstram qualquer intenção de obstruir a Lava-Jato e que dedicará cada instante da vida a provar sua inocência e a de seus familiares.

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