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SAÚDE

Óleo de coco: vilão ou mocinho?

Especialistas debatem benefício e contraindicações do alimento

Redação iBahia • 24/06/2017 às 15:30 • Atualizada em 31/08/2022 às 21:19 - há XX semanas

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Queridinho das dietas nos últimos anos, o óleo de coco começou a ter seus benefícios questionados na última semana, quando um estudo da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês) afirmou que o alimento é tão prejudicial à saúde quanto a manteiga e a gordura da carne. Segundo a pesquisa, os malefícios estão relacionados à alta taxa de gorduras saturadas na composição do óleo de coco, o que pode contribuir para o aumento do colesterol e favorecer o aparecimento de doenças cardiovasculares.

A publicação gerou polêmica. Enquanto alguns especialistas defendem, outros condenam seu uso. E há os que enumeram prós e contras.


				
					Óleo de coco: vilão ou mocinho?


"Mistificaram o óleo de coco como uma coisa milagrosa e não é. É um alimento que tem indicação para algumas pessoas e contraindicação para outras. A nutrição é questão de associação, então o consumo do óleo deve estar relacionado a uma dieta equilibrada", explica Higor Vieira, pós-graduado em Nutrologia.

Para o endocrinologista Alexandre Hohl, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o óleo de coco não faz bem ou mal à saúde, mas o uso exagerado pode ser prejudicial. E o produto não tem efeitos emagrecedores, como se acreditava.

"Em pouca quantidade o óleo de coco pode ser útil na composição da alimentação, o que é muito diferente do que se propagou antes, com benefícios para uma série de coisas, inclusive emagrecimento, o que não é verdade", diz Hohl.

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					Óleo de coco: vilão ou mocinho?

Quem é a favor
Waleska Silveira, nutricionista:

Especialista em qualidade alimentar e fitoterapia, Waleska Silveira argumenta que não há uma base científica robusta que comprove os malefícios do óleo de coco:

"Eu ainda não soube de uma pesquisa que depusesse contra o uso do óleo de coco após testá-lo em um grupo de controle e constatar aumento do colesterol. Estudos abordam a presença de gorduras saturadas e as comparam com outras gorduras animais do mesmo tipo, mas a forma de ação de cada uma delas é diferente, a digestão do óleo é muito mais simples".

Fernanda Marques, nutricionista funcional:

A lista de benefícios do óleo de coco apontada por Fernanda Marques é extensa. Ela afirma que o problema aparece quando as pessoas fazem uso incorreto do alimento.

"Além de aumentar a energia e a saciedade, o óleo de coco é antifúngico, ajuda a combater candidíase, por exemplo. O que acontece muita gente consome o óleo puro e no preparo dos alimentos, e acaba ingerindo demais", comenta. "O óleo de coco tem que ser usado corretamente e pode estar em qualquer dieta, mas é mais indicado para alimentação com baixo teor de carboidrato".

Quem é contra
Ricardo Mourilhe, cardiologista

O presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio é categórico ao não indicar o uso do produto, alegando os malefícios apontados pelo estudo da Associação Americana do Coração.

"O óleo de coco não é saudável pois aumenta o LDL colesterol, que é o colesterol ruim. A mídia fez muita propaganda do óleo de coco e isso fez com que o alimento parecesse saudável. A recomendação é clara: devemos evitá-lo e dar preferência aos óleos vegetais com predomínio de gorduras mono ou poli-insaturadas, como óleo de oliva, soja, girassol, canola ou milho".

Patrícia Bertoni
Segundo a nutricionista, os riscos do óleo de coco são maiores que os aspectos positivos, e seu consumo pode desbalancear a dieta, por aumentar a quantidade de calorias ingeridas.

"As pessoas estão usando como se fosse a solução para melhorar a saúde e perder peso. Mas o óleo de coco é uma gordura saturada e pode extrapolar as necessidades diárias de gordura no organismo", analisa. "Não existem estudos suficientes sobre a sua eficácia, então nada garante que estimule a perda de peso ou o ganho de massa muscular".

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