Os ônibus voltaram a circular no fim de linha da Santa Cruz, em Salvador, nesta terça-feira (25). De acordo com Fábio Primo, vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, os veículos estão circulando pelo local desde as primeiras horas da manhã de hoje.
Os rodoviários haviam suspendido as atividades no bairro na tarde de quinta-feira (21), horas depois da morte de Diego Souza Oliveira, 28 anos, baleado durante uma ação da Polícia Militar no bairro. Na sexta-feira (22), os rodoviários voltaram a entrar dentro da Santa Cruz, mas pararam novamente de circular no bairro depois que moradores retomaram protestos por conta da morte de Diego.
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Algumas horas após a morte de Diego, policiais militares fazem ronda na Santa Cruz |
Durante o tempo em que os rodoviários deixaram de circular no bairro, os coletivos usavam o ponto do Parque da Cidade, na Avenida ACM, como fim de linha.
Troca de tirosSegundo informações do posto da Polícia Civil do Hospital Geral do Estado (HGE), uma guarnição do Companhia Independente de Policiamento Tático (Rondesp/ Atlântico) fazia rondas na região quando encontrou um grupo de homens armados. Durante a troca de tiros Diego, conhecido como Diego Gato, foi baleado e morreu.
O corpo dele foi liberado na manhã desta sexta-feira (22) pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) para ser sepultado no Cemitério de Brotas. De acordo com a Corregedoria da PM, Diego já tem passagens pela polícia por tráfico de drogas e homicídios.
Família contesta versãoA versão da polícia foi contestada pela família de Diego. Segundo a esposa, que preferiu não se identificar, policiais da companhia Rondas Especiais (Rondesp) chegaram na casa deles por volta das 5h30, dando pontapés na porta, enquanto dormiam. Ela afirma que cerca de 40 homens armados da força policial estiveram na casa e executaram seu marido.
De acordo com o relato, ao sair para a casa da mãe com as filhas, os policiais começaram a atirar contra Diego. Os pais da esposa saíram na rua para ver o que estava acontecendo e os policiais disseram para todos entrarem para suas casas, pois estava ocorrendo troca de tiros. “Não tinha arma da vítima, a única arma que tinha era dos policiais”, acrescentou.
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