Em declaração nesta quinta-feira, o Papa Francisco fez duras críticas ao mau jornalismo, que se baseia em fofocas e rumores, em vez da tradicional apuração. De acordo com o pontífice, a divulgação de rumores é um exemplo de “terrorismo, de como você pode matar uma pessoa com a língua”. O uso de estereótipos e o fomento ao temor da imigração também foram criticados.
— Isso é ainda mais verdadeiro para jornalistas porque suas vozes podem alcançar a todos e isso é uma arma muito poderosa — disse Francisco.
Os comentários foram feitos durante discurso a representantes da associação nacional de jornalistas da Itália. O Papa destacou que os repórteres devem seguir até o fim em busca da verdade, particularmente nos tempos em que vivemos, de cobertura jornalística em tempo real.
Na Itália, alguns veículos de comunicação são bastante politizados e usados para desacreditar determinadas visões políticas, algumas vezes lançando rumores sobre a vida privadas das pessoas. Em 2009, por exemplo, veículos da família do então primeiro-ministro Silvio Berlusconi foram duramente criticados por reportagens com insinuações contra um magistrado que havia decidido contra uma companhia da família.
Francisco, que constantemente defende os direitos dos refugiados e imigrantes, afirmou que o jornalismo não deve ser usado como uma “arma de destruição contra pessoas e até mesmo povos inteiros.
— Também não deve fomentar o medo antes de eventos como a migração forçada por guerras e pela fome — acrescentou Francisco.
No ano passado, o jornal de extrema-direita “Libero” trouxe na manchete sobre o ataque terrorista que deixou 130 mortos em Paris o título: “Islâmicos bastardos”. Outro jornal de direita, o “Il Giornale“, reportou a caótica situação na Líbia e alertou para o risco de militantes entrarem na Itália como imigrantes: “O Estado Islâmico está vindo. Vamos nos armar”.
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