Estudo apresentado ontem pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicada (Ipea) mostra que a crise que atingiu o mercado de trabalho em 2014 levou a taxa de desemprego entre os idosos mais do que dobrar no período. Segundo o levantamento, feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), o desemprego entre as pessoas com mais de 59 anos passou de 2,05% no último trimestre de 2014 para 4,75% no segundo trimestre de 2016, um avanço de 132%.
Quando se observa apenas o ano de 2016, a piora para esse grupo é ainda maior. Enquanto entre os jovens, que têm a maior taxa de desemprego, o índice se estabilizou na casa dos 26%, entre os idosos o salto foi de 44%, passando de 3,29% no primeiro trimestre para 4,75% no segundo trimestre.
Um dos responsáveis pela pesquisa, José Ronaldo Souza Jr. explica que o aumento do desemprego entre os idosos ocorreu não devido a cortes nas empresas, mas principalmente pelo aumento do número de idosos procurando emprego para complementar a renda.
Os números mostram que a quantidade de pessoas dessa faixa etária trabalhando cresceu durante a recessão, de 20,7 milhões ao final de 2014 para 21,4 milhões em junho de 2016. No mesmo período, o número de desempregados nesse grupo quase dobrou. Passou de 545 mil no final de 2014 para 1 milhão em junho de 2016.
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