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Rodoviários alertaram sobre insegurança na Mata Escura há um mês

O primeiro documento, de 22 de dezembro, alertava para a insegurança em quatro bairros: Palestina, Valéria, Mata Escura e Pernambués

• 27/01/2015 às 9:12 • Atualizada em 02/09/2022 às 7:35 - há XX semanas

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O Sindicato dos Rodoviários listou, no último mês, 18 pontos na cidade que necessitam de reforço policial, por perceber que a atuação dos rodoviários nessas localidades está sob ameaça. Entre eles está a Mata Escura.
Fim de linha da Palestina entre os pontos que rodoviários temem
“Nós mapeamos áreas críticas onde houve ataques a coletivos e mandamos um documento ao secretário (da Segurança Pública, Maurício Barbosa) e ao comandante-geral da PM, mas não recebemos resposta”, afirmou Daniel Mota, diretor de comunicação do sindicato. O primeiro documento, de 22 de dezembro, alertava para a insegurança em quatro bairros: Palestina, Valéria, Mata Escura e Pernambués. O documento foi enviado aos órgãos após quatro ônibus serem queimados em Valéria. O segundo ofício, enviado no dia 6 de janeiro, lista os demais bairros da relação ao lado. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que o documento foi recebido e enviado para as bases operacionais. Já a Polícia Militar informou em nota que: “Assim que o novo comandante (coronel Anselmo Brandão) recepcionou o ofício, adotou medidas para atender as demandas da categoria, com intensificação do policiamento em diversas localidades, inclusive nos trechos pontuados”.
Homem assassinado na Rua Direta é a quinta morte do ano no bairroNo domingo (25), a sensação de medo ainda estava presente no comportamento dos moradores da Mata Escura, mas a população esboçava um interesse em retomar a rotina. Parte do comércio reabriu e pouco a pouco as pessoas foram saindo de suas casas, mas, no final da tarde, uma nova troca de tiros acendeu novo sinal de alerta no bairro. De acordo com informações da 48ª CIPM, indivíduos armados a bordo de um Cross Fox, de placa não identificada, iniciaram uma troca de tiros com um grupo que estava na Travessa São Jorge, próximo ao supermercado Todo Dia. Durante a ação, Marcos Antônio Santos Nunes, de 34 anos, foi alvejado por disparos, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Ele é a quinta morte registrada no bairro só este ano. “Eu ainda não havia chegado em casa, estava trabalhando, e os meus pais me ligaram pedindo para voltar para casa logo, já que tinha acontecido isso”, contou o atendente comercial Jonas Souza. “Quando cheguei, os ônibus não estavam entrando aqui no fim de linha e tive que vir andando. Estava tudo deserto, não havia um pé de pessoa na rua. É estranho, um sentimento de falta de liberdade, todo mundo trancado em casa”, explicou. A morte de Marcos Antônio será investigada pela 2ª Delegacia de Homicídio (DH/Central), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Civil ainda não identificou os responsáveis pelo homicídio nem o motivo da agressão. A equipe da unidade informou que até ontem não havia avanços nas investigações. A assessoria da Polícia Civil também não soube informar se Marcos possui antecedentes criminais. Ônibus seguem sem entrar na Mata Escura e população reclama Com a consulta da filha de apenas um mês de vida atrasada, a atendente comercial Tatiane Silva acordou cedo, na manhã de ontem, e correu para o fim de linha da Mata Escura, onde mora, para pegar o ônibus que a levaria à clínica, no Centro. Porém, Tatiane encontrou a região deserta e nenhum coletivo à vista. “A consulta dela com o pediatra estava marcada para sexta, mas, depois daquela confusão, desmarquei e remarquei para hoje (terça-feira)”, explicou Tatiane, com a filha nos braços. “Quando cheguei aqui, disseram que os ônibus não estavam entrando no bairro. Desisti, pois não tenho como ir até a ‘principal’ andando com minha filha nos braços”, disse, referindo-se à Avenida Cardeal Avelar Brandão Vilela. Três dias após os ataques de moradores do bairro contra dois coletivos - que fechou o comércio da área na sexta-feira -, as lojas e serviços voltaram a abrir, na segunda-feira. Durante a manhã, diversas viaturas faziam rondas, principalmente a partir das 9h. Contudo, os rodoviários mantiveram o posicionamento de não entrar na Rua Direta da Mata Escura e, assim, não chegam ao fim de linha. Como alternativa, estão usando o Conjunto Arvoredo como terminal para finalizar as viagens. Com isso, centenas de usuários do transporte público precisaram enfrentar a caminhada de 1 km que separa o fim de linha da Avenida Cardeal Brandão Vilela, onde finalmente conseguiram encontrar os ônibus. O receio se espalhou entre a categoria depois dos ataques na sexta-feira, quando dois ônibus das empresas Verdemar e Rio Vermelho foram incendiados por moradores como represália às mortes de Ebert Silva dos Santos e Denilson Souza de Barros durante uma suposta troca de tiros com a polícia. Nas primeiras horas de ontem, a população tentava retomar a rotina, resguardada pela presença de viaturas da 48ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Sussuarana), que se posicionaram em pontos estratégicos e reforçaram as rondas com apoio de guarnições da Rondesp Central. Longo trajetoCom a falta de coletivos no fim de linha, os usuários atravessaram a Rua Direta da Mata Escura para lotar os pontos da Cardeal Brandão Vilella. A situação causou indignação. A analista de treinamento Franciele Lima reclamou do posicionamento dos rodoviários. “Eu não sabia que a situação estava assim. Depois daquela violência de sexta, me tranquei em casa e só saí hoje”, afirmou Franciele. “Tem gente que está saindo daqui e indo até o Arvoredo, a pé. A polícia está aqui, todo mundo está tentando retomar sua rotina, mas com esse protesto nós estamos sendo penalizados”, finalizou ela, apontando para a viatura estacionada em frente ao ponto onde o ônibus da Verdemar foi incendiado na última sexta. O cadeirante Jaques dos Santos, que desde sexta feira estava tentando conseguir um laudo médico para dar entrada em um procedimento previdenciário do INSS, também foi pego de surpresa. “Precisei da ajuda da minha irmã para conseguir fazer o percurso, pois sou cadeirante e não encontrei ônibus nenhum no fim de linha”, relatou Jaques. “Moro em uma ladeira íngreme e já tenho a maior dificuldade para sair de casa; hoje, sem os ônibus, a situação está ainda pior”, reclamou. A falta do transporte prejudicou até consultas da Unidade de Saúde, onde apenas os profissionais que possuem carro foram trabalhar. A aplicação das vacinas e as consultas odontológicas foram desmarcadas. Rodoviários e políciaNo fim de linha improvisado pelos rodoviários, no Conjunto Arvoredo, um grupo da empresa Rio Vermelho, que também teve um de seus veículos queimados, no Jardim Pampulha, na sexta, se reuniu com membros do Sindicato dos Rodoviários. O supervisor da empresa, Adilson Silva, explicou que a razão do encontro foi o pedido de uma base fixa no local para aumentar a segurança. “De que adianta a PM fazer rondas se a maior parte do tempo os rodoviários ficam expostos? Para servirmos à população, precisamos ter segurança”, frisou. O diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota, esteve no local e afirmou que os ataques ocorridos na última semana já tinham sido antecipados pela instituição em ofício encaminhado à Secretaria da Segurança Pública (SSP) e ao Comando Geral da PM (veja ao lado). “Queremos que o secretário sente com a categoria para discutir essa situação, pois não podemos viver preocupados com a próxima ação de terror”, pediu Daniel. Por volta das 9h, uma viatura da 48ª CIPM foi encaminhada para o fim de linha, onde ficou posicionada, atendendo à demanda dos rodoviários. Os ônibus, porém, seguiram sem rodar até o fim do dia. “Atendemos ao pedido deles aqui e agora estamos aguardando a volta da circulação dos ônibus”, explicou o major José Luís, comandante da 48ª CIPM. “Não há razão para esse posicionamento dos rodoviários, restabelecemos a ordem e basta circular pelas ruas do bairro para perceber que está tudo funcionando, a vida voltou ao normal”, afirmou. No fim do dia, o Sindicato dos Rodoviários informou que hoje a categoria vai “avaliar” a situação para decidir se retoma a circulação no bairro.
Correio24horas

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