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Salvador ganha mapa com ações turísticas em bairros populares

Mapa vai levantar pontos de alimentação, turismo religioso, artesanato e belezas de bairros populares para fortalecer economia criativa

• 07/10/2015 às 16:29 • Atualizada em 28/08/2022 às 6:34 - há XX semanas

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Salvador ganhará no próximo mês um mapeamento turístico que pretende oferecer um roteiro alternativo em comunidades, valorizando iniciativa populares. O mapeamento é realizado pelo Projeto Formação Profissional Salvador, ligado a ONG italiana Instituto Oikos e financiado pela União Europeia. O Mapeamento envolve 28 organizações de bairros adjacentes ao Bairro da Paz, como Itapuã e São Cristóvão, mas abrange toda a capital.“Apresentaremos com o mapa uma alternativa com grupos comunitários, como acontece hoje no Rio de Janeiro, lá o turista tem a opção de não ficar só em Ipanema ou em Copacabana. Aqui em Salvador, não precisa só se limitar ao Porto da Barra e o Centro. O mapa tem uma lente sobre o Bairro da Paz e os bairros vizinhos, mas envolve outros pontos consolidados na cidade”, explica a coordenadora do projeto, Marta Sachy.
O Bairro da Paz é uma das comunidades beneficiadas pelo projeto e que teve iniciativas mapeadas (Foto: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO)
A Iniciativa é o que se conhece como Turismo de Base Comunitária (TBC), que se desenvolve pelos próprios moradores de uma localidade que articulam atividades de atração turística. “O turista que vem dos Estados Unidos, ou da Itália, eu sou italiana, e não fica só nas praias mas que vai no Curuzu conhecer o Ilê Aiyê é alguém que se interessa pelos aspectos culturais da cidade e precisa de opções”, afirma Marta.Duas oficinas ocorrem nesta quinta-feira (08) e também no próximo dia 15. Nessa oportunidade as organizações envolvidas vão revisar os mapas e alinhar com os empreendimentos citados possíveis outras contribuições. A expectativa é de que até o final de novembro seja concluída a publicação, que terá 4 mil cópias impressas. A iniciativa pretende incentivar a geração de renda e promover os empreendimentos que já existem nas comunidades.O mapeamento está dividido em quatro categorias. Alimentação inclui botecos, restaurantes e cozinhas comunitárias; os artesanatos reforçam a economia criativa nos bairros; além disso há espaço para o turismo religioso e para as questões ambientais e de beleza da cidade. Um dos exemplos dos aspectos naturais e de beleza da região que está no mapa, por exemplo, é Parque das Dunas, entre Itapuã e Stella Maris.Artesão do Grupo de Confecção Artesanal As Pretinhas, do bairro da Paz, Susane Silva aposta no mapeamento como uma oportunidade de expansão da marca, que customiza acessórios e atua em feiras e dentro do bairro. “Achamos importante levar os nossos produtos para fora, temos conhecimento na Itália, na Argentina e em outros países e isso é uma valorização”, afirma Suzana.Moradora do bairro da Paz, Susane opina que o que dificulta ações no bairro seria a crença de ser um bairro violento. “Há um rotulo que vem do início do bairro de que aqui é um lugar temido, mas isso mudou muito mesmo antes da Base (Comunitária de Segurança)”, opina. “O Bairro da Paz tem uma cena cultural grande, grupos de percussão, o Neojibá está atuando aqui, tem o pessoal do teatro, grupo de reggae e de hip hop. Isso tudo tem que se expandir não só para fora, mas também dentro de Salvador”, contrapõe Susana.Como o Projeto Formação Profissional Salvador é uma ação de cooperação internacional, presente em outros países, a ideia é que a difusão do mapa ocorra através dessas parcerias, além de contar com iniciativas locais dos bairros (como a Cooperativa Mista Colibris, presente há mais de 12 anos no Bairro da Paz) e com o poder público.“O fato de ter um parceiro local, que conhece a comunidade e entende a importância da presença de pessoas que tragam renda para esses bairros já coopera com o fator segurança. São pessoas que conhecem a realidade do bairro e podem apoiar as iniciativas relacionadas aos turismos, já estarão sensíveis para a mobilização dos bairros nesse sentido”, afirma Marta.A iniciativa conta com o apoio das pastas de Turismo tanto no âmbito municipal quanto no estadual. “Além das secretarias há uma colaboração de troca de conhecimento também com a Uneb (Universidade do Estado da Bahia), que tem um núcleo de turismo de base de comunitária e também desenvolve um trabalho nesse sentido na sua região do Cabula”. Segundo a professora Francisca de Paula, coordenadora do grupo que debate a TBC na Universidade Estadual da Bahia (Uneb), o turismo comunitário é quase inexistente no estado. A Uneb é pioneira nessa atuação. “A gente pode ver nesses meses que do ponto de vista acadêmico é bem aceito, há pesquisa na Uneb sendo desenvolvidas há anos e eles mesmo fazem ações de Turismo de Base Comunitária no miolo do Cabula”, opina Marta. A pesquisadora Francisca de Paula, no entanto, faz algumas ponderações sobre iniciativas que envolvam turismo e comunidade. “A iniciativa que fazemos no Cabula, por exemplo, não envolve o mercado. A nossa perspectiva é de que as comunidades é quem tem que ganhar, não as operadoras (de turismo). A comunidade não é um produto que pode ser vendido, o ideal é um princípio de protagonismo, é ela quem decide”, afirma.
Correio24horas

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