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EDUCAÇÃO

Um terço dos universitários é dependente do smartphone

Redes sociais são o principal conteúdo que leva à dependência

Redação iBahia • 30/05/2017 às 14:25 • Atualizada em 31/08/2022 às 16:52 - há XX semanas

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Para o estudante de engenharia química da Universidade Federal Fluminense (UFF) Lucas Barbosa, de 26 anos, o esquecimento do celular em casa é algo que provoca nervosismo, já que o hábito de conferir o smartphone faz parte de sua rotina. E ele não e o único universitário que passa por isso.
Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) indica que 43% dos 415 estudantes entrevistados são propensos à dependência do uso excessivo de smartphone. Após a verificação deste dado, psiquiatras da instituição avaliaram os integrantes deste grupo e descobriram que 35% são, de fato, dependentes.
O estudo, publicado na revista científica "Plos ONE" deste mês, mostra ainda que 94,9% dos que são propensos à dependência tecnológica são solteiros, 56% têm renda familiar mensal superior a três salários mínimos e 55% são mulheres. Além disso, de acordo com a pesquisadora Julia Khoury, os jovens são os que têm mais contato com essa tecnologia e tendem a tornar-se mais dependentes.
— Os jovens são mais estimulados por rede social, que é o principal conteúdo que leva à dependência. Os smartphones foram projetados principalmente para rede social e os jovens que buscam aceitação e têm dificuldades de relacionamento interpessoal são mais propensos a utilizar essa tecnologia em excesso — explicou a professora do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG e pesquisadora do Centro Regional de Referência em Drogas (CRR), também da universidade.
Para a realização do estudo, os pesquisadores adaptaram para o português e para a realidade brasileira o questionário "Smartphone Addiction Inventory (SPAI-BR)", com o objetivo de medir o grau de dependência dos usuários. Este instrumento de pesquisa foi utilizado pela primeira vez no país e será disponibilizado, em breve, no site do CRR.
— Mas o questionário serve como um rastreamento da dependência em smartphone. Para um diangnóstico, é preciso procurar avaliação médica — salientou a pesquisadora.
Ainda segundo Khoury, se o uso excessivo do smartphone for mantido, as possíveis consequências para o usuário incluem distúrbios do sono, dores de cabeça e dificuldade de concentração, além de também prejudicar relacionamentos e aumentar riscos de acidentes, ao dirigir e utilizar o celular ao mesmo tempo.
A pesquisadora ressaltou que o primeiro passo para reparar este problema é reconhecer que ele existe. Para ela, o questionário pode ser um facilitador neste processo, porque muitas vezes os dependentes encontram dificuldades de enxergar a dependência.
— Os familiares costumam reconhecer primeiro. Após o reconhecimento de que há algo de errado, é fundamental procurar ajuda médica, principalmente de um psiquiatra. Não existe ainda um tratamento específico para a dependência ao uso do smartphone, mas podemos identificar outras doenças que podemos tratar, como transtornos de ansiedade e depressão, que podem alavancar o uso excessivo do celular — afirmou Khoury.
De acordo com ela, aplicativos que interrompem o uso do smartphone quando é feito uso por tempo extenso podem ajudar no processo de "desintoxicação". Passar um tempo longe da tecnologia, como se fosse uma reabilitação também pode contribuir. No entanto, é importante ficar atento aos sintomas de abstinência, como impaciência, ansiedade e irritabilidade.
— Quando o dependente fica sem internet, por exemplo, ele passa por sintomas de abstinência, de forma semelhante ao que ocorre com usuários de droga. Os sintomas, como ansiedade, irritabilidade e impaciência, são aliviados ao voltar a entrar em contato com a tecnologia — afirma Khoury.

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