O adolescente brasileiro está usando mais drogas, tanto lícitas como ilícitas, e se protegendo menos nas relações sexuais. É isso o que aponta a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. O estudo, referente ao ano de 2015, foi realizado com estudantes concluintes do 9º ano em escolas públicas e privadas de todo o país, com idades majoritariamente entre 13 e 15 anos. De acordo com os resultados, o percentual de jovens que já experimentaram bebidas alcoólicas subiu de 50,3%, em 2012, para 55,5%; enquanto a taxa dos que já usaram drogas ilícitas subiu de 7,3% para 9%.
— Infelizmente, foi essa a constatação — disse o gerente da pesquisa, Marco Andreazzi. — Entre as drogas ilícitas, o percentual é pequeno, mas significativo. Mas com a bebida alcoólica, com mais da metade da população pesquisada já tendo experimentado, nós temos um problema grave.
Pela legislação brasileira, a venda e o consumo de bebidas alcoólicas são proibidos para menores de 18 anos, mas os números revelam que a prática é bastante difundida entre os mais jovens. O problema é levemente mais grave entre as meninas, com 56,1% delas já tendo experimentado álcool, contra 54,8% entre os garotos.
A forma mais comum de se conseguir bebidas acontece em festas, apontadas por 43,8% dos adolescentes que já consumiram álcool, mas 17,8% deles revelaram ter conseguido bebidas com amigos; 14,4% comparam em mercado, loja ou bar; e 9,4% conseguiram a bebida com alguém da própria família.
Entre as drogas ilícitas, 4,2% dos entrevistados revelou ter feito uso nos 30 dias que antecederam a pesquisa, um indício que eles fazem uso regular das substâncias. Neste caso, são os meninos que fazem mais uso (4,7%) que as garotas (3,7%). O estudo questionou o uso específico da maconha, e 4,1% dos estudantes revelaram terem fumado nos últimos 30 dias antes da realização do questionário.
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