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'O sonho é viver só da música', diz vocalista da banda O Metrô que divide carreira com segunda profissão

O vocalista da banda O Metrô bateu um papo com o iBahia antes de se apresentar programa Atitude e contou sua trajetória na música

Redação iBahia • 07/08/2022 às 20:05 • Atualizada em 26/08/2022 às 21:02 - há XX semanas

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					'O sonho é viver só da música', diz vocalista da banda O Metrô que divide carreira com segunda profissão
Foto: Reprodução/ Bahia FM

De dia o trabalho CLT na área de logística. A noite, Erick Castro, de 28 anos, assume a personalidade de 'Erick O Putto' e os vocais da banda O Metrô, uma das sensações do pagode baiano na atualidade.

"É difícil se manter só na música nesse início, a gente tem que ter o nosso por fora, e minha maior motivação de tudo isso, desde que eu comecei na área da música e da dança são minhas mães. É puxado, tem dia que eu vou três noites virado trabalhar. A gente tem que ter pé no chão, né? Porque hoje estou na música, mas não sei o dia de amanhã e o pagode está sempre se atualizando, mas meu sonho é viver só da música".

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Atração musical do programa Atitude, da Bahia FM, neste domingo (7), o vocalista da banda O Metrô bateu um papo com o iBahia antes de se apresentar no palco da atração para contar um pouco de sua trajetória na música, ou melhor, no pagode, já que a história de Erick no gênero começou fora dos vocais.

"Eu dançava em algumas bandas de pagode antes de começar a cantar. Ali eu comecei a pegar gosto pelo pagode e decidi montar uma banda. Foi engraçado, porque falei com um amigo, convidei ele para investir, ajudar financeiramente, ele topou, rachou o dinheiro e quando chegou na hora, que viu a banda no palco ele ficou sem entender nada, porque ele achou que eu ia dançar".

Questionado sobre o medo de investir em um meio até então desconhecido, já que dançar e cantar são artes diferentes, Erick conta que temeu não conseguir se fixar em alguma banda, até receber o convite para O Metrô.

"O meio é um pouco fechado né? Acho que isso precisa mudar. É um movimento que a gente vê no funk, no trap, que é da galera se apoiando. Quando eu decidi cantar, eu investi todo dinheiro e tempo em uma banda que acabou não decolando. Parei e pensei se era aquilo mesmo que eu queria, e como já tinha começado eu não ia desistir. Fui para outras bandas, recebi convites de Chiclete Ferreira, até que a HMJ Produções me chamou para assumir O Metrô".

Com a ajuda das redes sociais, o grupo de pagode já pode considerar donos de grandes hits do gênero. "É muito massa isso de ter o TikTok ao nosso favor, lançamos um CD e estávamos apostando em uma música, mas outra do nada acabou roubando a cena. Quando eu fui ver, tinha um monte de blogueiro dançando e várias visualizações. É isso, quando a gente menos espera o sucesso bate, é o tempo de Deus. Você tem que estar preparado para a sua hora".

E por trás desses hits estão nomes da comunidade. Erick afirma que além de viver só da música, seu desejo é trazer outros jovens e dar a eles a oportunidade de ser alguém no pagode. Para o artista, os maiores talentos estão na comunidade e sem oportunidade de mostrar seu potencial. Ao site, o cantor revelou que faz questão de dar voz para os compositores locais.

"Essa semana colocamos alguns compositores do bairro dentro do estúdio, juntamos os meninos novos e surgiram várias músicas. Separamos oito compositores, todos novos, entre 18 e 22 anos, com sonho de cantar, de ter uma banda. São os meninos que estão vivenciando essa realidade, de ir para o paredão, colocar o balde na cabeça, lançar as danças. É sobre dar oportunidade aos compositores, e nosso próximo trabalho vai surpreender", diz ele que ainda tem nos planos um trabalho audiovisual.

Quanto uma grande polêmica que cerca o pagodão, Erick é firme. Para o artista, a resistência ao pagode da comunidade é tradução do preconceito. O cantor afirma que o gênero, que é duramente criticado por suas letras explícitas, leva para o palco a realidade de muitos e o que o público gosta de ouvir.

"A gente canta o que o povo gosta. Quando a gente chega na comunidade e coloca uma música "limpa" com "me dá beijinho" por exemplo, o público não se identifica. A galera quer balançar, quer dançar, a reação é totalmente diferente quando cantamos a nossa música. É um preconceito, na verdade. Porque o Brega Funk tem letras similares ao nosso pagode, e não se vê essa agonia. O mesmo com o funk no Rio de Janeiro. É uma cultura presa aqui na Bahia que precisa ser mudada".

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