Depois das tragédias das chuvas nos meses de abril e maio, que causaram a morte de moradores de áreas de risco, Salvador terá uma nova estrutura na área de Defesa Civil nos próximos meses. A novidade foi divulgada nesta sexta-feira (28) pelo prefeito ACM Neto, durante vistoria a obras de encostas no bairro de São Thomé de Paripe. O Plano Municipal de Defesa Civil será lançado na primeira quinzena de setembro, junto a um projeto de lei e outras medidas que devem trazer mudanças na área.“A prefeitura está tomando todas as providencias possíveis para trazer pra cá o sistema mias moderno do Brasil”, afirmou ACM Neto. De acordo com o prefeito, o plano está sendo formulado há alguns meses, desde as fortes chuvas de abril, e tem inspirações em outras cidades do Brasil e de outros países.
O plano inclui reforço na equipe interna da prefeitura por meio de concursos públicos, aquisição de ferramentas tecnológicas, um plano de mobilização social. Também estão previstas urbanização nas ações de contenção de encostas e novas moradias populares. Ainda de acordo com o prefeito, um projeto de lei deve ser encaminhado à Câmara Municipal com novas ações na área de defesa civil.“Depois que nós anunciarmos, vamos ter o início imediato. O plano vai ser executado todo com recursos do município. Nós passamos os últimos meses dedicados a estudar esse plano”, disse. As medidas serão de médio a longo prazos.EncostasNa manhã desta sexta, o prefeito vistoriou as obras de contenção das encostas na Igreja do Alto de São Thomé de Paripe, no Alto das Pontes e também a pavimentação da Rua Eduardo Dotto, a Estrada da Cocisa, que liga as orlas de Tubarão e São Thomé de Paripe.Metade da primeira obra já foi concluída na encosta que fica atrás da igreja. Lá, que também abriga o cemitério de Paripe, corria o risco de desabamento. “Essa obra vai valorizar o bairro, e vai amparar também outras casas que estão sob risco de cair”, diz a comerciante Ana Nery Fonseca, 52 anos, moradora do Alto de Paripe.Ao todo, são três etapas de serviço nessa encosta: solo grampeado, revestimento vegetal e alvenaria de pedra. Foram investidos R$ 1,7 milhão, com recursos do Ministério das Cidades e da prefeitura. A encosta tem uma extensão de 200 metros.Já a segunda obra, no Alto das Pontes, teve investimento de R$ 475 mil e começou há cerca de 15 dias. Para a professora Maria Estela Souza, 45 anos, a encosta é um alívio que vai melhorar a vida de todos da comunidade. Ela lembra do marido tetraplégico que não pôde ser socorrido dentro de casa por causa de um deslizamento de terra, que impedia a passagem de ambulâncias no local. “Ele morreu e não pôde ver isso. Agora que começam a fazer a obra”, disse.Em toda cidade, outras 15 encostas foram concluídas ou estão em andamento com recursos próprios do município. A previsão é que até o fim deste ano outras cinco sejam concluídas na Avenida Contorno, Alto da Carmosina, Alto de Coutos e Ladeira do Cacau.Segundo o secretário de Infraestrutura e Defesa Civil (Sindec), Paulo Fontana, outras 50 encostas estão em execução na cidade com recursos do Ministério das Cidades e da prefeitura. Alguns projetos são da gestão anterior.Além disso, outros 18 projetos de encostas estão passando por uma revisão da parte metafísica para que sejam novamente licitados e tenham as obras iniciadas. “Os projetos e as licitações foram feitas equivocadamente, e agora precisamos rever a metafisica. Eu acredito que até o próximo mês nos vamos ter a autorização do Ministério da Integração para licitar”, afirmou o prefeito ACM Neto. Outros R$ 21 milhões foram liberados pelo governo federal para licitar seis encostas na cidade.Na requalificação da Rua Eduardo Dotto e suas transversais, o investimento é de cerca de R$ 3 milhões, com previsão de término em dezembro deste ano.
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