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BAHIA

Aviões da FAB reforçam trabalho de combate a incêndios na Chapada

Uma aeronave e um helicóptero entraram em operação na manhã desta quarta-feira (18); Fogo continua em quatro áreas

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18/11/2015 às 21:55 • Atualizada em 27/08/2022 às 6:02 - há XX semanas
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O combate ao fogo que ainda consome a vegetação em quatro áreas na Chapada Diamantina, Centro da Bahia, ganhou o reforço de dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) na manhã desta quarta-feira (18). Uma aeronave C-130 Hércules, com capacidade para 12 mil litros de água e um helicóptero Super Puma, com espaço para 16 passageiros, entraram em operação nesta manhã, reforçando o trabalho dos cerca de 200 bombeiros, brigadistas voluntários e militares da FAB que atuam no combate às chamas que já duram mais de 25 dias.
Além dos aviões da FAB – que trouxeram 20 toneladas de equipamentos entre compressores, piscinas, moto-bombas empilhadeira e fontes de força -, outras 11 aeronaves Air Tractor enviadas pelo governo do Estado - sete aviões com capacidade para 2 mil litros de água e quatro helicópteros - estão sendo utilizados no combate aos focos de incêndio, que ainda permanecem sem controle nas áreas do Morro Branco, Barro Branco, Parque dos Cristais e Mucugê. Também foram disponibilizados pelo Exército Brasileiro três carros-pipas, quatro jipes marruá para o transporte de equipamentos e pessoal.
Foto: Divulgação/FAB
Segundo informações do titular da Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema), secretário Eugênio Spengler, os aviões estão fazendo lançamento de água nos locais atingidos pelo foco com o intuito de reduzir as chamas. “O avião Hércules já fez três lançamentos de água hoje nas áreas em chamas. Foram 36 mil litros de água na região de Mucugê e do (Vale) do Capão. Além disso os outros aviões estão fazendo uma média de 15 voos diários e lançam cerca de 180 mil litros de água por dia, que estamos captando do rio Utinga”, explicou.
Ainda de acordo com o secretário, até o momento, o fogo já foi controlado nas áreas do Morro do Pai Inácio, Cercado, margens da BR 242, Campo de São João, Mucugezinho, Morrão, Morro do Camelo e Ibicoara. “Nesse momento, o nosso objetivo é apagar o incêndio, mas já estimamos que foram mais de 17 mil hectares de vegetação queimados. Só em Ibicoara foram 3.600 hectares em quatro dias de fogo”, disse.
Investigações
O governado Rui Costa, que sobrevoou a região afetada pelos incêndios na manhã de ontem, solicitou que a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) apurasse as causas do incêndio. Em reunião com prefeitos de cidades afetadas pelo fogo, o governador disse que "há indícios de que (os incêndios) foram provocados intencionalmente" e determinou que peritos da Polícia Civil fossem até a região. O Departamento de Polícia Técnica da Polícia Civil (DPT) informou que peritos irão sobrevoar o local para dar início as apurações. O DPT, no entanto, não soube dizer quantos peritos participarão das investigações e quando elas terão início.
De acordo com o César Gonçalves, chefe substituto do Parque Nacional da Chapada Diamantina, ainda não é possível determinar quantos hectares do Parque foram destruídos pelas chamas. “Estamos focando em controlar os três pontos de incêndio em Mucugê, no Capão e na região entre Lençóis e Palmeiras”, explicou Gonçalves. De acordo com ele, o Parque corresponde a um total de 152 mil hectares de terra.
O acesso às áreas atingidas pelo fogo é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos bombeiros, que conta com o apoio das aeronaves para lançar água sobre as chamas. “Um percurso muito longo estafaria o pessoal antes do combate. A aeronave permite que os militares cheguem inteiros a essas regiões além de possibilitar o transporte de uma quantidade maior de equipamentos”, disse o comandante-geral do Corpo de Bombeiros da Bahia, coronel Francisco Luiz Telles de Macedo.
Representantes da Associação de Condutores de Visitantes do Vale do Capão (ACV-VC) que atual como brigadistas voluntários também relatam a dificuldade de acesso aos locais afetados. “São horas de caminhada e poucos recursos. Aeronaves estão dando apoio. São locais de difícil acesso e perigosos. Estamos tentando conter as chamas para que elas não alcancem as casas dos moradores. O sol está muito forte, o que tem dificultado o trabalho”, relatou um dos brigadistas.
Até a próxima segunda-feira (23) não há previsão de chuva para a região da Chapada Diamantina. De acordo com o meteorologista Marcelo Pinheiro, da Agência Clima Tempo, uma massa de ar seco impedirá a ocorrência de chupas na região. “Temos uma massa de ar seco e quente atuando sobre o Centro Leste e Norte que dificulta a formação de nuvens carregadas. A massa de ar seco pode propiciar a propagação do fogo na região", explicou.
Dano Ambiental
De acordo com o secretário Eugênio Spengler, os danos ambientais provocados pelos incêndios na chapada podem ser irreversíveis. “Talvez a vegetação atingida não se recupere, ou, caso isso aconteça, levará anos”, avaliou. Região com bioma diversificado, o fogo destruiu áreas de Caatinga, Cerrado, e Mata Atlântica. “A Chapada é uma região de transição de biomas, que não sobrou muita coisa. Por possuir árvores mais altas, a porção de Mata Atlântica tem resistido um pouco mais, mas a parte mais baixa, como as de caatinga e cerrado, foram todas consumidas pelo fogo”, disse.
Além da perda de vegetação, o secretário também destacou que os incêndios na Chapada também terão impactos em nascentes de rios que banham a região. Um dos mais importantes, o rio Paraguaçu, possui afluentes que abastecem as cidades de Feira de Santana e parte da Região Metropolitana de Salvador. De acordo com ele, a quantidade e a qualidade da água sofrerão impactos. “Como a perda da vegetação, o risco de erosão em leitos de rios e córregos se intensifica”, conclui.
Correio24horas

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