A casa de Gerôncio de Brito Souza, pai das cinco crianças que foram tiradas de casa e entregues para adoção, sofreu um incêndio na madrugada da quarta-feira (21) em Monte Santo e ficou completamente destruída. A polícia ainda investiga se o fogo começou acidentalmente ou se foi um incêndio criminoso. Segundo o delegado Elísio Araújo Ramos informou ao Correio24horas, Gerôncio procurou a delegacia para prestar queixa. "A gente está apurando ainda os fatos. É preciso muita calma, muita tranquilidade, para saber o que realmente aconteceu", diz Ramos. Gerôncio prestou queixa porque acredita que o incêndio foi criminoso e perdeu tudo para o fogo, segundo declarou ao site Altar do Sertão. "Meus sapatos, minhas roupas, meus móveis e minha comida foi toda queimada, agora estou largado", disse. A casa era alugada. Ninguém estava no local no momento do incêndio e uma irmã de Gerôncio, que mora ao lado, foi quem viu o fogo consumindo a residência. Ela sentiu o cheiro de queimado e foi ver o que era. "Eu chamei meus filhos, meu marido e alguns vizinhos que pegaram baldes e começaram jogar água na casa, a sorte era que meu “tanque” estava cheio. Meu medo era dele está queimado, morto ai dentro, mas graças à Deus nada aconteceu com ele. Entregamos nas mãos de Deus", disse Conceição ao Altar do Sertão.
Adoção ilegalCinco filhos de Gerôncio com a lavradora Silvânia da Silva, inclusive uma criança de 2 meses, foram tirados da casa dos pais pela polícia para adoção. As crianças foram entregues a quatro casais de São Paulo, entre maio e junho do ano passado. Há suspeita de irregularidades no processo. A CPI do tráfico de pessoas também investiga o caso e chegou a ouvir Silvânia. O Ministério Público da Bahia pediu a revogação das guardas provisórias das crianças. O juiz Luiz Roberto Cappio, que analisa o pedido, deve divulgar sua decisão sobre o caso na sexta-feira (22), segundo o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Caso ele defira o pedido, a lavradora Silvânia irá viajar para o interior de São Paulo para conviver por um mês com as crianças, com auxílio de uma equipe multidisciplinar. Uma advogada da Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Bahia (Cedeca) deve acompanhá-la, segundo o órgão. Então responsável pela comarca de Monte Santo, município baiano onde houve denúncia de adoção irregular de crianças, o juiz Vítor Manoel Xavier Bizerra disse no início do mês que as informações sobre o caso da guarda de cinco crianças de uma mesma família têm sido distorcidas. Ele alegou também que há tentativa de intimidação ao Judiciário no trabalho de proteção aos menores. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou, no mês passado, que a Corregedoria do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) investigasse se o juiz Vítor Bizerra cometeu irregularidade ao autorizar que as cinco crianças fossem retiradas da guarda dos pais e entregues para adoção a quatro casais de São Paulo. Ele também foi ouvido pela CPI.
Casa ficou completamente destruída depois do incêndio, na quarta |
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