A campanha “Chega de Fiu-Fiu”, que se destacou ano passado ao divulgar um manifesto contra o assédio sexual a mulheres em espaços públicos, ganhou mais um espaço de atuação. Na semana passada, o coletivo Think Olga, responsável pela campanha, lançou um mapa colaborativo online que busca dar voz às mulheres e aos gays que sofreram abusos na rua, em casa ou nos transportes públicos de todas as cidades brasileiras. Ao digitar a palavra “Salvador” no campo de buscas, por exemplo, o internauta é imediatamente localizado no mapa e pode, além de registrar o seu depoimento, ter acesso a outras histórias já cadastradas. A maioria dos depoimentos é anônima e feita por mulheres vítimas de violência verbal e física e de tentativas de estupro. Na capital baiana, já foram cadastradas, até o momento, oito histórias, que variam desde o assédio verbal ao físico, passando pelo stalking (perseguição persistente) e atentado ao pudor. Os casos registrados aconteceram em diferentes pontos da cidade, como nos bairros de Itapuã, Iguatemi, Federação e Rio Vermelho e também na região do Centro.
O protesto online é uma reação a uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que revelou que a maioria dos brasileiros acha que mulheres com roupas expondo o corpo merecem ser atacadas. Até agora, mais de 500 pessoas em todo o Brasil participaram da iniciativa, que também lista casos de racismo, homofobia e transfobia. "Não queremos que as mulheres deixem de frequentar os espaços onde os abusos mais ocorrem. Queremos entender porque tantos casos acontecem lá, se é a falta de iluminação na rua ou se ocorrem em determinada boate, praças, etc", diz Juliana de Faria, jornalista e integrante do Think Olga, na página da campanha.
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