Comprar um imóvel não é uma tarefa fácil. Conciliar a moradia ideal com um bom negócio, às vezes, leva anos de pesquisa. Em tempos de supervalorização dos imóveis no Brasil, a compra de um bem material tão valoroso, mesmo que pequeno, requer atenção na procura. Além de pesquisar localização, preço e tamanho, é preciso ficar atento às condições de pagamentos.
O tradicional financiamento através de bancos está dividindo, cada vez mais, espaço para os consórcios. Na Bahia, o consórcio representa 12% dos contratos de imóveis firmados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) no primeiro semestre de 2013, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). Em todo o país chegou-se ao montante de 690 mil consorciados entre os meses de janeiro e agosto deste ano.
Além de não exigir um valor de entrada, a forma alternativa de investimento em imóveis está atraindo cada dia mais olhares por não ter a temida taxa de juros que nos financiamentos aumenta em muitas casas decimais o valor do imóvel na planta.
Isso porque a única taxa paga pelos consorciados é o valor destinado à administração do consórcio, pago à empresa ou ao banco responsável por arrecadar o dinheiro de cada pessoa.
No consórcio imobiliário, a administradora apenas reúne um grupo de pessoas com o objetivo comum de comprar o mesmo bem. Não há dinheiro cedido por banco. Apenas o arrecadado entre os participantes garante que, a cada mês, um dos membros do grupo seja sorteado para receber a chave do imóvel.
Futuro Em 2014, o analista de sistemas Igor Soares, 26 anos, quer entrar para esta estatística. “Pretendo comprar, em breve, um apartamento de três quartos através de consórcio. Estou no momento da pesquisa, vendo primeiro as empresas e suas taxas administrativas. Além disso, quero fazer com uma empresa segura, que não vá quebrar”, contou Igor, que é casado e mora com a esposa em um apartamento próprio, de dois quartos, no bairro da Graça, em Salvador.
A cautela dele é mesmo importante. Para Denilson Lima, economista da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI-BA), a pessoa interessada em um consórcio deve, primeiramente, procurar no site do Banco Central se a administradora escolhida tem permissão para operar.
“Mesmo se tiver, deve ficar atenta também se no contrato de adesão proposto a administradora prevê outros desembolsos como seguro, que inclui o que cobrirá o saldo devedor de algum consorciado que venha a falecer, e taxas de um fundo de reserva, que cobrirá a eventual inadimplência de alguns participantes do grupo”, alerta o economista.
De acordo com o Banco Central, não é permitida a cobrança de taxa de adesão. “Mas a administradora poderá cobrar, no momento do ingresso, o pagamento da primeira prestação, bem como a antecipação da taxa de administração, contanto que todos estes detalhes estejam discriminados no contrato de adesão”, completa o economista.
Condições Imóveis de baixo, médio e alto padrões podem ser comprados através de consórcios com pagamento de até 200 meses, com parcelas mensais que costumam variar entre R$ 200 e R$ 3 mil. A modalidade, no entanto, não é indicada para todo tipo de perfil de consumidor. Se a pessoa tem pressa para se mudar, o consórcio pode ser frustrante.
Caso não seja contemplado em algum sorteio, a entrega do imóvel pode demorar mais tempo do que o planejado da aquisição. “Eu recomendo para pessoas cuja necessidade do bem não é tão urgente e que detenham renda e condições para pagar as prestações por longo tempo”, indica Denilson.
O consórcio é uma boa alternativa também para quem não consegue poupar e guardar dinheiro, já que as parcelas são mensais. Outra possibilidade interessante é para quem pode dar um lance alto logo após ter firmado contrato com a administradora. O ideal é poupar, no mínimo, 25% do valor do imóvel para dar o lance e pegar as chaves do imóvel antes do sorteio.
Neste caso, o FGTS também poderá ser usado. “É possível utilizá-lo também para complementar o pagamento do bem adquirido, para amortização ou liquidação do saldo devedor ou, ainda, para pagamento de parte das prestações”, como explica o gerente regional da Caixa em Salvador, Vivaldo de Oliveira Neto.
Na Caixa, por exemplo, um financiamento de R$ 100 mil em 120 meses implica numa prestação inicial em torno de R$ 1.630, já uma carta de consórcio no mesmo prazo e valor projeta uma prestação de aproximadamente R$ 1.060. Matéria original: Correio24h Na Bahia, 12% dos imóveis são vendidos através de consórcios. Saiba vantagens, cuidados e taxas dos principais bancos
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