Corpo de passageira morta em ônibus na Paralela é sepultado

O corpo da operadora de caixa Suene Santana da Silva, de 40 anos, foi enterrado na manhã desta sexta-feira (7) em Ruy Barbosa, a 183 km de Salvador. Ela era natural da cidade, onde ainda moram muitos de seus familiares, incluindo a mãe. O eletricista Valdeanderson Araújo de Lima, que mantinha um relacionamento com Suene há quatro anos e é pai do filho dela, viajou para participar da cerimônia. A criança ficou em Salvador com a mãe de Valdeanderson, sogra de Suene, Valdira Araújo. Segundo vizinhos, Suene e o filho de 3 anos moravam no bairro de Pernambués há menos de um ano. “Ela era uma pessoa maravilhosa, todos na vizinhança gostavam dela. Sempre que precisava, nós tomávamos conta do filho”, contou a faxineira Isabel Pinto. “As aulas dele começaram esta semana, nós tiramos várias fotos dele indo para a escola e íamos mostrar a ela quando chegasse, mas o horário foi avançando e ela não chegou”. De acordo com a Polícia Militar, Jefferson de Almeida Santos, 21 anos, e outros cinco homens, a bordo de três motocicletas, pretendiam assaltar o ônibus e atiraram contra o veículo para fazê-lo parar, quando ele passava pela entrada da Avenida São Rafael em direção ao Centro. Segundo a sogra de Suene, Valdira Araújo, passageiros do ônibus contaram que ela estava sentada em uma cadeira e, com a confusão, se levantou e andou em direção ao motorista: “Só que o tiro foi na direção do motorista. Todo mundo se jogou no chão, mas ela já tinha sido baleada, ficou onde estava”, disse. DesesperoTestemunhas contam que o grupo estava promovendo um arrastão na região. Um motociclista que não quis se identificar voltou ontem ao local do tiroteio. Segundo ele, os homens faziam o arrastão e não notaram a presença de uma viatura, que vinha logo atrás, com as luzes de alerta apagadas. “Quando eles começaram a atirar contra o ônibus, a polícia já estava atrás e eles não viram. Foi um desespero, gente se jogando no chão, carro voltando na contramão. Teve um carro que ficou atravessado na pista. Eu me joguei no chão. Foi muito tiro”, lembrou. Em nota, a PM informa que a guarnição CIPT/Atlântico foi acionada por volta das 23h40 devido a uma ocorrência de assalto no ponto de ônibus da FTC. Um dos homens, Jefferson de Almeida Santos, de 21 anos, “efetuou disparos contra a guarnição e no revide foi atingido e socorrido para o HGE, onde foi constatado o óbito”. Os outros cinco homens fugiram. Um revólver calibre 38 com numeração raspada, que estava com Jefferson, foi apreendido e entregue para a perícia. Segundo a Polícia Civil, o caso vai ser tratado como latrocínio (roubo seguido de morte). O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) registrou o caso, mas enviou o procedimento ao Departamento de Polícia Metropolitana, que ainda irá designar uma delegacia para investigar - possivelmente, a 12ª Delegacia (Itapuã), da área. Disparo atinge janela de apartamento no AlphavilleMinutos após a ocorrência, policiais da 82ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/CAB) receberam uma chamada, através do 190, informando que um apartamento no 8º andar de um dos prédios do Condomínio Alphaville 1 havia sido atingido por um disparo de arma de fogo. Uma árvore dentro do condomínio também teria sido atingida pelos tiros. De acordo com o tenente Maia, da 82ª CIPM, um dos policiais de plantão foi ao local e constatou que o apartamento havia, de fato, sido atingido. No entanto, segundo ele, ainda não é possível afirmar que o disparo partiu do local onde, minutos antes, ocorria o tiroteio. “A trajetória, o alcance, de onde partiu, isso somente a perícia vai poder dizer”, afirmou. Segundo ele, ninguém ficou ferido no apartamento e os danos foram materiais. Ontem à tarde, a reportagem do CORREIO foi ao condomínio, mas ninguém comentou o caso. Matéria original: Correio 24h Corpo de passageira morta em ônibus na Paralela é sepultado em Ruy Barbosa