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Caruru marca homenagem aos santos gêmeos São Cosme e São Damião em Salvador

Hoje é 27 de setembro e se você ainda não arranjou onde comer um bom Caruru, arranje

• 27/09/2011 às 7:27 • Atualizada em 28/08/2022 às 0:22 - há XX semanas

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Hoje é 27 de setembro e se você ainda não arranjou onde comer um bom Caruru, arranje. Como uma criança danada, a iguaria mais procurada do dia de São Cosme e São Damião pulou há muito tempo os muros dos terreiros de Candomblé e não é preciso ser adepto da religião para saborear um prato daqueles. Aliás, nem para preparar. “Sou católica, mas acredito em todos os orixás”, contou a funcionária pública Elisabeth Sena, enquanto cortava quiabos para o caruru de hoje. E se alguém estranhar a afirmação, ela tem a resposta pronta: “Sou baiana, né?”.
Elisabeth e a irmã Magnólia preparam há oito anos o caruru do Balé Folclórico da Bahia, uma festa para 500 convidados, com direito a todas as tradições que a data exige. “Vavá (Botelho, diretor do Balé) pede que a gente tome um banho antes de pegar nos ingredientes e mais ninguém mexa na panela. Se estiver menstruada, não pode fazer, a gente tem que saber antes se vai ficar, pra tomar remédio”, conta Magnólia.
Para o caruru, que será realizado no teatro Miguel Calmon, no Pelourinho, foram necessários 4 mil quiabos, 13 quilos de camarão, 20 de cebola e 50 de frango, além de outros ingredientes como azeite de dendê e feijão fradinho. Tudo cortado e separado, só pode ir pro fogo no dia da festa, quando as duas cozinheiras acordam às 4h. Quem também espera 500 pessoas para o seu caruru é o economista Paulo de Tarso Costa, que vai comemorar o aniversário de 50 anos. “Meu primeiro caruru, minha mãe fez no meu aniversário de um ano e há pelo menos 25 anos eu sigo a tradição”, conta Paulo, que se diz católico não praticante. “Mas sou muito afeiçoado a São Cosme e São Damião e meu caruru é bem tradicional, com tudo o que tenho direito”, conta.
A professora Cristina Lopes vai fazer uma festa menor, para cerca de 30 pessoas, mas nem por isso foi menos caprichosa nos preparativos.
Ontem ela foi à feira das Sete Portas para comprar os ingredientes fresquinhos, na mesma barraca que compra há 22 anos. “Tudo o que eu peço a eles eu alcanço. Pedi um estágio para minha filha e ela arranjou três”, contou ela, revelando como faz para conseguir suas graças. “Eu corto sete quiabos, agradecendo primeiro o que eu já alcancei e depois faço sete pedidos”. Dono da barraquinha onde dona Cristina fez suas compras, Roberto Esquivel, mostrava as mercadorias à equipe do CORREIO. “Tem leite de coco, camarão, cebola...”.
Quase ao lado, o barraqueiro André Nery contabilizava as vendas de imagens dos santos gêmeos, nascidos na Arábia, no século III. “Foram umas 50 dessas pequenas e dez das grandes”. Segundo ele, o movimento na feira foi grande pela manhã, mas a chuva atrapalhou as vendas durante a tarde. “Tomara que não chova amanhã (hoje), pra não estragar a festa”, disse. Este é o mesmo desejo de Elisabeth, afinal, a chuva não pode atrapalhar a festa em que seu tempero será posto à prova pelo oitavo ano seguido. “O quintal do teatro é tão bonito, mas é todo aberto”, lembrou.
Mas nem só de caruru é feito o dia de Cosme e Damião. A paróquia da Liberdade celebrará missas o dia inteiro, começando 6h. O bispo Auxiliar de Salvador, Dom Gregório Paixão, preside a das 8h30. As missas da tarde serão às 12h, 14h, 15h30. Às 17h será realizada uma procissão, seguida da missa que encerra os festejos.

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