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Colegas afirmam que coordenador do Ciretran se sentia perseguido

Setor coordenado pelo sargento estava no centro das investigações e dos casos de corrupção

• 31/12/2011 às 9:35 • Atualizada em 27/08/2022 às 20:59 - há XX semanas

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Multidão consternada seguiu o caixão
Amigos do sargento Amarildo Araújo de Novais, encontrado morto na manhã de quarta-feira (28) ao lado de dois colegas de repartição, em Feira de Santana, afirmaram que o coordenador de habilitação da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) vinha sofrendo forte pressão de funcionários do órgão. Durante o sepultamento do sargento, na manhã de ontem (30), o soldado Edianari de Almeida Santos, um dos diretores da Associação de Policiais e Bombeiros de Feira de Santana (Aspra), contou que Novais reunia documentos para impetrar uma ação no Ministério Público para provar que não tinha envolvimento com a suposta corrupção na Ciretran. Segundo Edianari, Novais comentou que outros funcionários o pressionavam a tal ponto que o obrigava a provar sua inocência. “Ele chegou a me apresentar documentos que seriam levados ao Ministério Público”, disse Edianari, sem detalhar o conteúdo dos papéis. O diretor da Aspra afirmou também que, além da força-tarefa que apurava fraudes na Ciretran, outra questão serve como pano de fundo da tragédia: a briga política pelo cargo do sargento. Edianari diz que a exoneração temporária de Novais, em junho, tem a ver com um correligionário do PT, conhecido como Tinga, que assumiu seu posto. “O Tinga queria tomar o cargo dele e conseguiu por quase dois meses. Depois mexeram os pauzinhos e tudo voltou atrás”, explicou Edianari, que ratifica a fama de homem idôneo do sargento. “Não aceitava suborno ou propina. Deixou um legado de ética”, afirma. Outro amigo de Novais, que preferiu não revelar o nome, também notou a apreensão do sargento. “Ele estava receoso de que, mesmo inocente, sua imagem e seu nome fossem maculados. O setor dele estava no centro das investigações e dos casos de corrupção. Daqui a que se explicasse que Chico não é Francisco...”. O CORREIO não conseguiu contactar representantes da Ciretran para repercutir as declarações. Em um crime cercado de mistérios, o sargento Novais, 47 anos, foi encontrado morto dentro de um carro, no bairro do Tomba, ao lado dos corpos de Luís Eugênio Teixeira dos Santos, 57, e Maria das Graças Costa Veiga, 58, ambos examinadores de provas. A polícia está convicta de que Novais atirou nos colegas e se matou. O crime ocorreu durante investigação realizada por uma força-tarefa que há mais de 25 dias atua na própria Ciretran para apurar denúncias sobre facilitação de provas de habilitação em testes de rua. Comoção - Independente da motivação da sua morte, Novais mostrou que era bem querido. Em um impressionante clima de comoção, o corpo foi levado numa carreata que congestionou o trânsito até o cemitério São João Batista. Uma multidão consternada seguia o caixão. Além da família, policiais fardados choravam a morte do colega e amigo. Alguns deles ainda contestavam a versão de suicídio. “Novais fazia cumprir a lei. E isso incomoda. Não acredito que ele se matou”, disse o capitão Jorge Nunes, do comando de policiamento de Feira. Emocionada, a mulher de Amarildo não falou com a imprensa. “A seriedade e rigor com que meu pai tratava o trabalho, ele acabou passando para a família”, resumiu o filho Mike Novais.

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