"Quando cheguei na praia, avistei algumas pessoas voltando nadando com ajuda de coletes", relata o comerciante Renato Matos, 61 anos, morador da Ilha de Mar Grande, na Ilha de Itaparica, que acompanhou a chegada das vítimas do naufrágio que deixou 22 mortos.
De acordo com o morador, o retorno dos tripulantes para costa só foi possível porque a 500 metros da ilha existe um recife de corais que, com a maré baixa, é possível andar até próximo à areia. "Não sei dizer a quantidade exata de pessoas que conseguiram voltar. Uma multidão está no local em busca de informações", conta ele.
A telefonista Maiara de Moares, 29 anos, que trabalha em Mar Grande, recebeu o relato de uma amiga, por meio de uma mensagem de voz, afirmando que entre as vítimas estaria uma criança e uma mãe. A amiga da telefonista é moradora da Gamboa, localidade de Vera Cruz, local para onde, supostamente, a embarcação teria sido levada pela correnteza. "Ela viu quando a equipe da Marinha chegou até praia com o corpo de uma criança e da mãe, os dois sem vida", afirma.
O acidente
A lancha da Asssociação de Transportadores Maritímos da Bahia (Astramab) naufragou por volta das 6h30 depois de sair do terminal de Mar Grande, na Ilha de Itaparica, a caminho de Salvador. Até às 9h16, a Marinha confirmou três pessoas mortas, ainda sem identificação. Das vítimas, 21 pessoas já foram resgatadas com vida. A lancha Cavalo Marinho I tinha capacidade para transportar 162 passageiros e transportava 129 no momento em que virou.
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O Grupamento Aéreo (Graer) da Polícia Militar e a 5ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Ilha de Vera Cruz) está atuando em apoio às vítimas do naufrágio. Às 9h uma aeronave do Graer transportou uma das vítimas direto para o Hospital do Subúrbio, em Salvador. Em seguida o helicóptero retornou para dar apoio às demais vítimas do acidente. A 5ª CIPM também já prestou socorro a algumas vítimas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mar Grande e ao Hospital Geral de Itaparica.