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BAHIA

Família do prefeito faz parte de esquema de sonegação em Tanque Novo, diz polícia

Grupo é responsável por um prejuízo anual de R$ 54 milhões ao fisco estadual

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14/12/2011 às 17:26 • Atualizada em 29/08/2022 às 2:44 - há XX semanas
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Familiares de Elson Neves de Oliveira, atual prefeito de Tanque Novo, no centro-sul da Bahia, são acusados de integrar uma organização criminosa envolvida com sonegação fiscal. Segundo a polícia, o empresário do ramo atacadista João Neves de Oliveira, 70 anos, pai do prefeito, é líder do grupo responsável por um prejuízo anual de R$ 54 milhões ao fisco estadual. Judith Alves Carneiro, esposa do empresário, o filho do casal, Laeson Neves de Oliveira, os netos Diogo Carneiro Neves de Oliveira e João Carlos Neves de Oliveira, além da irmã de “Juca”, Eunice de Oliveira Magalhães, também faziam parte do esquema, bem como o contador Dulcélio Wildson Souza de Santana e Núbia Angelice Magalhães Carneiro, funcionária de uma das empresas envolvidas no golpe. Alvos dos mandados de prisão temporária por sonegação fiscal e formação de quadrilha, todos estão à disposição da Justiça no Complexo Policial de Guanambi. Outros três mandados de prisão ainda serão cumpridos na região, segundo informou a delegada Débora Freitas, da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap). Empresas fictíciasInvestigação preliminar da Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Infip) da Sefaz detectou indícios da existência da organização visando o não pagamento dos tributos devidos decorrentes das atividades comerciais do empresário no ramo atacadista de mercadorias em geral, com predominância de gêneros alimentícios. O comerciante adquiria mercadorias em nome de empresas fictícias, com suposto endereço na Bahia e em outros estados, sem o pagamento do ICMS devido, utilizando como local de comercialização a empresa com o nome fantasia Central Distribuidora, mantendo, também, depósitos clandestinos em Tanque Novo. “Batedores”O esquema envolvia ainda a contratação de motocicletas, utilizados como “batedores”, mantidos trafegando constantemente pelas estradas e outros acessos, com o objetivo de informar sobre a presença da fiscalização, possibilitando assim a fuga de veículos da organização criminosa através da intrincada malha viária e desvios. Para camuflar o patrimônio, João Neves de Oliveira adquiria veículos de sua frota em nome de terceiros, residentes em Tanque Novo, a maioria integrante de sua família, com indicação de endereços residenciais falsos. O grupo, investigado há três anos, também desviava caminhões de postos fiscais; reutilizava notas fiscais com o objetivo de dar “aparência” regular ao trânsito de mercadorias; formou e utilizava “Caixa 2”, além de ter aberto contas correntes bancárias em nome de interpostas pessoas. R$ 54 milhões anuaisEstima-se que os prejuízos causados pela organização criminosa até 28 de fevereiro deste anos atingem um montante de R$ 54 milhões anuais. Atualmente o valor do crédito reclamado em nome das empresas do grupo é da ordem de R$ 20 milhões. João Neves já responde a ação judicial por crime de sonegação fiscal.

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