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'Foi uma sensação de comemorar', diz resgatado em naufrágio

Oito foram retirados do mar da Bahia sem ferimentos; foto gerou polêmica

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Redação iBahia

02/11/2017 às 18:01 • Atualizada em 31/08/2022 às 21:03 - há XX semanas
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Um naufrágio na manhã desta quinta-feira (2) terminou com oito pessoas resgatadas sem ferimentos e uma imagem curiosa: um rapaz parece fazer uma selfie no meio do mar, enquanto o resgate chegava. A foto foi feita para registrar um momento de alívio, explica o músico Moisés Sande, que estava na lancha, seguindo para Morro de São Paulo, localidade turística do município de Cairu, no Baixo Sul baiano.

(Foto: Reprodução)

Moisés conta que o grupo saiu de Salvador em uma lancha particular por volta das 7h40. "O tempo todo o mar jogando muito, chovendo, a gente sentiu pancadas normais no casco. Até que veio uma pancada maior e sentimos o barco perdendo força", conta. "Abrimos a tampa da casa de máquina e vimos que estava inundando, depois foi entrando por dentro da cabine", relembra. "Em questão de dez minutos a gente estava afundando".

Nesse momento, todos colocaram coletes e usaram o assento flutuante da lancha para se segurar. Segundo Moisés, não houve pânico em momento nenhum. O grupo de sete amigos incluía duas mulheres. A oitava pessoa era o capitão da lancha. "Eu já fiz caça submarina. Nosso capitão, que é o dono do barco, é experiente. E essa questão do assento que flutua ajudou, serviu como uma ilha para a gente ficar segurando", avalia Moisés.

À deriva

Assim que viram que havia possibilidade de afundar, eles usaram o celular para mandar mensagens e tentar agilizar o chamado de socorro. "A gente viu a distância que a gente estava, estávamos em mar aberto. Eu falei: 'vamos avisar o máximo de pessoas que puder e dar noção da nossa localização porque daqui a pouco a gente vai afundar", explica. O próprio dono da lancha usou um grupo com outras pessoas ligadas à navegação para pedir socorro. "Foram três horas à deriva", conta.

O grupo foi resgatado pela lancha de um amigo. Logo depois, chegaram um barco de resgate de Morro de São Paulo e um helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer). O grupo chegou por volta das 13h a Morro, para onde foram curtir o feriadão - Moisés vai fazer show com uma banda, mas resolveu ir antes para aproveitar.

Segundo ele, os amigos estão levando na boa as brincandeiras surgidas com a selfie do resgate.

"Já ri tanto com o pessoal sobre isso. Qual foi o sentimento do selfie? Quando eu vi que o barco ia afundar, peguei o meu celular, que é à prova d'água, e joguei na mochila. O dele é à prova d'água também e foi o que a gente ficou o tempo todo fazendo contato, pedindo ajuda, sinalização... Quando o resgate chegou, ele falou, 'porra bicho, vamos registrar esse momento aqui porque vai ficar marcado para nossas vidas'. Foi essa foto, a intenção era fazer uma foto por uma sensação de alívio", conta. "Já teve até meme".

O músico diz que todos estão encarando a situação como uma nova chance para repensar "o que vale a pena na vida". "O sentimento que fica é esse. A gente ficou três horas boiando. Eu falei para eles, 'tenho certeza que a gente vai ser salvo'. Vamos aproveitar esse momento para pensar sobre a vida, os valores... Se a gente não chegasse em casa amanhã, se arrependeria de algo? Conversamos, foi muito bacana, saímos com esse sentimento e resolvemos vir continuar nossa viagem".

Resgate

De acordo com informações da Capitania dos Portos, o pedido de socorro foi feito às 9h15. A Marinha informou que, após o chamado, enviou para o local o navio do Serviço de Busca e Salvamento Marítimo do Leste (Salvamar Leste), além de ter acionado o Graer e emitido avisos de rádio para que embarcações próximas ao local prestassem auxílio no socorro.

No entanto, antes de o navio de socorro da Capitania chegar ao local, as vítimas do acidente já haviam sido resgatadas pela lancha Lulu V, que trafegava nas imediações do local do acidente e também recebeu o pedido de socorro. O resgate ocorreu por volta das 10h e foi acompanhado pelo Graer.

"Num primeiro momento nossa preocupação foi em garantir o socorro das vítimas para, só depois, apurar para descobrir as causas do acidente", explicou o capitão de Fragata, Flávio Almeida. Os ocupantes da lancha foram levados para o atracadouro do Morro de São Paulo.

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