Desde a última sexta-feira (19), um incêndio de grandes proporções atinge cidades da Chapada Diamantina. Segundo informações de moradores locais, o fogo já passou pelo Sítio Arqueológico Serra das Paridas; Volta do Américo em direção ao Povoado Afrânio Peixoto (Estiva); Guiné (Serra do Desbarrancado); Povoado de Iuna; Arredores da cidade de Mucugê, e já alcançou parte do Parque Nacional da Chapada Diamantina e da APA Maribus/Iraquara. Para combater as chamas, uma força tarefa está sendo montada. Além dos brigadistas voluntários, o Corpo de Bombeiros tenta conter as chamas, mas encontram dificuldades, já que a intensidade das ocorrências é maior que a capacidade de combate dos voluntários.
"Um dos maiores focos está concentrado na área da APA Marimbus/Iraquara, próxima ao povoado de Afrânio Peixoto (Estiva), a linha de fogo já tem mais de 72 horas de atividade, e já passou por diversas propriedades queimando muitas matas e áreas de nascentes importantes", contou o funcionário de um hotel localizado em Lençóis, Ramiro Barbosa. Barbosa explica que o combate nesse tipo de vegetação é extremamente difícil, e o fogo só será contido se contar com o apoio de aeronaves. "A densidade vegetal provoca labaredas que atingem mais de dez metros de altura e o calor provocado pelas chamas não permite a aproximação dos combatentes". Segundo informações de Raimundo Mazzei, assessor de imprensa da Prefeitura de Piatã, uma das cidades cujos arredores foi afetado pelo fogo, o incêndio começou ao meio dia da última sexta-feira, a poucos quilômetros da sede do município. "Com o vento sul, o fogo se aproximou perigosamente da parte leste da cidade, devorando a vegetação da Serra de Santana", contou Mazzei, que também relatou que não houve notícias sobre vítimas.
O fogo já se afastou da sede do município e, no momento, está mais presente na região mais ao sul, ainda na Serra de Santana, próximo às comunidades de Piauí e Bocaína, disse Mazzei. O assessor afirmou que há dificuldade em estimar a área afetada pelo incêndio, mas que esta corresponde a dezenas de campos de futebol. Além disso, o incêndio está se aproximando das pequenas plantações e os pequenos agricultores também estão ajudando no combate do fogo. A serra, uma Área de Proteção Permanente (APP), tem um tipo de vegetação chamado candombá, que é uma planta combustível, utilizada para acender fornos à lenha, o que contribui para o fogo se espalhar. Inicialmente, de acordo com o assessor de imprensa, o combate foi feito por brigadistas da cidade, que são voluntários treinados para esse tipo de operação. Depois, houve o reforço de voluntários do município vizinho, Ouro Verde, totalizando 25 brigadistas. Já no último sábado (20), houve o reforço da "Operação Bahia Sem Fogo", cujo apoio é feito desde 2007, segundo Mazzei. Então, o combate foi reforçado com um helicóptero da Polícia Militar, 28 bombeiros e alguns veículos. Segundo a coordenadora de campo do Inema, Fabíola Cotrim, quatro aviões Air-Tractor, que são carregados e depois lançam água nos focos para auxiliar o combate, e mais dois helicópteros chegaram nesta terça-feira (23). Além disso, há duas vans, uma na Chapada Diamantina e outra no Oeste, estão conduzindo os brigadistas para os focos. O motivo dos incêndios ainda é desconhecido. "Não se pode ainda dizer se foi um agricultor, um caçador, combustão espontânea", disse Fabíola, explicando que a análise técnica ainda está sendo realizada.
Incêndio atinge Serra de Santana |
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