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Após depoimento em delegacia, babá esconde o rosto. Ela não foi responsabilizada pela morte da criança, mas pode ser indiciada |
Após a mãe de uma criança de um ano e um mês acusar a babá de agressões contra sua filha, um laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) concluiu que a morte do bebê aconteceu por conta de um traumatismo cranioencefálico. Segundo a delegada de Feira de Santana, Letícia Alaor, isso indica que a lesão foi provocada pela queda de uma cama.O bebê foi internado no último dia 28 de março, em Feira de Santana. Nesse dia, a mãe, Viviane Pereira Freitas, levou a criança para um posto de saúde no bairro de Feira X e em seguida a levou para o Hospital Estadual da Criança na mesma cidade. Nas duas unidades médicas, a mulher declarou que sua filha caiu de uma cama da sua casa. A menina morreu no dia 7 de abril.Segundo a delegada Letícia Alaor, apenas três dias depois da internação a Viviane acusou a babá, Geane Oliveira Santos, 23 anos, de ter espancado a menina: "Quando o bebê deu entrada no hospital, comentou apenas da queda da cama. Dia 31 ela veio para a delegacia e prestou queixa dizendo que o bebê teria sido vítrima de espancamento. A versão do espancamento só surgiu quando houve o agravamento da condição de saúde da criança", explica a delegada.Após denunciar o caso na delegacia de Feira de Santana, Viviane argumentou que a criança havia caído da cama, mas as lesões que provocaram o internamento do bebê foram provocadas pelas agressões da babá. No entanto, a delegada indica que houve contradições nos depoimentos do pai e da mãe. "Enquanto a mãe diz que o pai teria presenciou o momento em que a criança caiu do móvel, ele nega", afirma Alaor.A delegada também aponta falhas na maneira como os pais conduziram o socorro da criança. Segundo ela, a queda da cama aconteceu por volta de 10h30 do dia 28 de março, mas apenas durante a noite do mesmo dia o bebê foi encaminhado para uma unidade médica. "A mãe ainda tirou a filha do posto de saúde de Feira X e levou para o Hospital Estadual da Criança sem avisar para ninguém", denuncia Alaor.A delegada ainda não finalizou o inquérito do caso e ainda não concluiu se deve indiciar os pais da criança por lesão corporal culposa, na forma omissiva. Mesmo sem responsabilidade na morte do bebê, Geane também pode ser indiciada: "Quando quando interrogada, ela disse que já havia dado tapas e beliscões, mas nada compatível com um traumatismo cranioencefálico", esclarece Letícia, que deve encaminhar o inquérito finalizado ao Ministério Público.
Matéria original: Correio 24h Laudo conclui que bebê morreu por conta de queda de cama em Feira de Santana