Médicos repudiam transferência de setor no Hosp. Ernesto Simões

Por conta das obras que estão sendo realizadas no Hospital Ernesto Simões, no bairro Pau Miúdo, a diretoria da unidade pretende transferir o atendimento pediátrico do local para o 16º Centro de Saúde, no mesmo bairro. Contudo, o local parece não ter agradado muito os médicos, que temem pela ação, já que o Centro não possui estrutura necessária para a prática. Em contato com o iBahia, o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), Dr. Francisco Magalhães, se disse preocupado com a atitude da diretoria do hospital, prevendo possíveis prejuízos para a população local. "Nós temos dificuldades em pediatria. Se você fecha um serviço desse, que é essencial naquela região, você vai trazer prejuízos para a população. A forma que eles estão querendo fazer é bastante preocupante", disse.

De acordo com o médico, o caso já foi encaminhado ao Ministério Público e ao secretário de Saúde do Estado, Jorge Solla, mas ainda não obteve uma resposta oficial do que acontecerá com o serviço. "Nós encaminhamos o caso ao Ministério Público e ao secretário de Saúde e pedimos para tomar providência. Nosso posicionamento é de ser extremamente contra. Na segunda-feira, quando fizemos uma reunião com a diretoria do hospital, eu liguei para o assessor do secretário. Ele me disse que não tinha conhecimento da medida. Depois ele me ligou dizendo que o secretário havia dado uma ordem ao diretor para suspender qualquer medida diferente do normal, mas aí eu já não sei qual medida pode ser considerada assim", explicou.

O presidente do Sindimed ainda negou que o posto escolhido pela diretoria tenha condições de atender a demanda e sugeriu que outros setores do hospital abrigassem a pediatria. De acordo com Magalhães, o gestor do hospital estaria tentando mudar o perfil da unidade, uma vez que a maior parte das obras já estariam prontas.

"Não tem a menor condição. Se você for verificar o posto do 16º Centro, ele não tem condição de entrar nem mais um médico. O plantão é composto por quatro médicos. Não tem consultório, nem estrutura e não dá nem para improvisar. A estrutura lá do Ernesto é grande. A enfermaria, por exemplo, já está pronta, pode ser ocupada. A obra onde a pediatria está localizada já está pronta, mas o diretor tem uma outra ideia na cabeça dele. Parece que quer mudar o perfil do hospital e agora só nos resta esperar", finalizou. *Com colaboração de Luan Guimarães.