A massoterapeuta Ana Paula Jesus Santos, 43 anos, mora há oito anos com o filho na comunidade Guerreira Zeferina em condições precárias. Falta tudo: saneamento básico, iluminação e uma casa de verdade. “Eu construí um vão, e depois, com muito esforço que consegui de alvenaria. Consegui fazer meu banheiro, mas não tem nada. É muita insegurança também”, conta. Agora, Ana já consegue vislumbrar um futuro melhor com o lançamento do edital de requalificação da comunidade, nesta segunda-feira (30).Ana Paula e as outras 236 famílias vão ter que deixar a comunidade em cerca de três meses, quando a licitação deve ser concluída. Os moradores vão receber R$ 300 de aluguel social, que deverá ser sacado mensalmente por meio de um cartão. As famílias já foram cadastradas e todos os imóveis da comunidade já foram identificados, segundo o titular da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), Bruno Reis.
“Vamos preparar essas famílias para o aluguel, um cartão da Caixa Econômica, no mesmo moldes da Bolsa Família. E durante o período de obras, vamos dar toda atenção e assistência e prepará-las para o retorno à comunidade”, informou. Após esse período, a Semps e a Avsi, que firmou contrato com a prefeitura para prestar assistência aos moradores, ainda vão permanecer na comunidade por mais 10 meses, promovendo cursos e oficinas.Segundo o gerente-geral da Avsi no Brasil, Fabrizio Pellicelli, as oficinas serão definidas em conjunto com a comunidade. Ao todo, serão 28 meses de trabalho, antes, durante e após as obras. “A primeira etapa é entrar na comunidade, fazer atualização de informação, pesquisas qualitativas e elaborar um plano social participativo. Vamos definir quais ações serão importantes para realizar junto à comunidade, pode ser educação, pode ser formação profissional de jovens, tem varias hipóteses que vamos definir junto com a comunidade”, explicou.
Para a massoterapeuta Ana Paula essa também pode ser a oportunidade de melhorar a vida do filho de 22 anos que está desempregado e agora pode se qualificar. “Esse projeto vai promover uma condição muito boa de vida, mas também vai entrar no aspecto da família, da autossustentação de cada uma dessas famílias”, disse o prefeito ACM Neto durante o lançamento do edital.Participação A líder comunitária Edinezia Leite, conhecida como Edinha, 46 anos, diz que o projeto é um sonho se tornando realidade para os moradores. “É um grande sonho para nós, principalmente para quem mora há mais tempo, em condições precárias. Para você ter ideia, hoje nenhuma família quer ficar na rua porque não temos iluminação pública, fica todo mundo com medo”, disse.A proposta é levar toda a infraestrutura ao local, como saneamento básico (água e esgoto), iluminação, áreas de lazer e convivência e novas habitações com a construção de apartamentos. Além disso, uma creche vai construída para atender às 115 crianças da comunidade. Hoje, muitas mães têm dificuldade em levar os filhos para a escola, mesmo tendo algumas unidades em Periperi.“Muitas mães não podem sair de casa porque não têm com quem deixar os filhos. Aí também não podem trabalhar”, conta Edinha. Ela lembra que a comunidade chegou a resistir que houvesse o projeto de habitação, por receio de que não fosse posto em prática ou que a comunidade precisasse deixar a área, que fica atrás da linha férrea em Periperi.“Mas consegui ir conversando com a comunidade e mostrando o que poderia ser acontecer”, contou. Todo projeto foi construído junto com um comitê composto por moradores da comunidade durante 1 ano. “Eu espero que esse projeto crie raízes e traga bons frutos para nós”, disse a moradora Patrícia Nascimento, que participou da elaboração do projeto.
(Foto: Divulgação/ Agecom) |
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