O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) ajuizou na terça-feira (8), por meio do promotor de Justiça Julimar Barreto Ferreira, uma ação contra a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado da Bahia (Adab). O objetivo é intensificar a fiscalização nas propriedades criadoras e que recebem jumentos no estado. Além disso, a empresa Nordeste Pecuária, Indústria e Comércio, localizada em Amargosa, foi acionada para a suspensão do abate de jumentos em suas dependências até que se regulamente a exigência do exame de Mormo - da anemia infecciosa equina - e o abate dos jumentos em todos os frigoríficos licenciados da Bahia.
Na ação, o MP requer que o abate seja disciplinado em um protocolo para a efetivar a criação de uma cadeia produtiva destes animais no estado, apresentando o crescimento vegetativo da espécie superior ou, no mínimo, igual ao número de abates dos jumentos, para evitar a extinção dos mesmos.
De acordo com o promotor de Justiça Julimar Barreto, informações do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa) da Superintendência Federal de Agricultura (SFA/Ba) enviadas ao MP mostraram que quase todo o produto do abate de jumentos é direcionado ao mercado chinês e que no frigorífico de Amargosa foram abatidos 28.199 jumentos de janeiro a novembro de 2021. "Uma quantidade alarmante se comparada à quantidade total de animais vivos no Estado da Bahia que é de aproximadamente 400 mil", disse o promotor de Justiça.
O MP requer também que a Adab, em no máximo de 30 dias, adote medidas para fortalecer a fiscalização nas propriedades criadoras e fornecedoras de equídeos (PCFE) e nas propriedades de triagem e espera equídea (Protea), apresentando relatório detalhado das propriedades fiscalizadas no prazo máximo de 60 dias. Conforme consta na ação e citado anteriormente, o abate de jumentos na Bahia pretende atender ao mercado chinês para a fabricação de um produto típico da indústria cosmética e farmacêutica chinesa chamado de ‘ejiao’, substância feita com o colágeno presente no couro dos jumentos.
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"Estima-se que a China demande um consumo de 5 milhões de peles de jumento por ano, desde 2017, volume que o estoque interno não é capaz de atender. Na década passada, em razão das aproximações comerciais China/Brasil, relativas ao agronegócio e investimentos em infraestrutura, os chineses descobriram o Nordeste brasileiro como potencial fornecedor da pele de jumento para produzir o 'ejiao'", destacou o Julimar Barreto.
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Redação iBahia
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