O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um procedimento investigatório para apurar a denúncia de agressão de policiais militares contra o jornalista Marivaldo Filho. A informação foi confirmada pela assessoria do órgão, nesta quarta-feira (8).
De acordo com o MP-BA, o caso será investigado pelo Grupo de Atuação Especial Para o Controle Externo da Atividade Policial (Gacep). A assessoria informou ainda que serão ouvidas as testemunhas e os PMs envolvidos e que a Promotoria não irá se pronunciar até o término das investigações.Entenda o casoNa noite do último sábado (4), Marivaldo foi agredido fisicamente por policiais militares, no bairro do Bonfim, em Salvador. Segundo o jornalista, a situação aconteceu quando ele saia de uma confraternização e decidiu registrar, através da câmera do celular, a agressão física sofrida por um colega após este ter colocado um copo de cerveja em cima do carro de um PM que estava à paisana, mas acompanhado do grupo fardado que conduziu a agressão.Ao perceber que a situação era registrada, um dos policiais o questionou sobre o que estava fazendo. "[Ele] Gritou e mandou eu apagar a foto. Respondi que não apagaria porque não tinha feito nada de errado. Ele perguntou se eu era advogado do rapaz agredido. Respondi que era jornalista. Foi a senha para o terror começar", disse Marivaldo.Ainda segundo o jornalista, os policiais lhe deram voz de prisão por desacato e desobediência e, em seguida, desferiram diversos socos na cabeça antes de ser "colocado na viatura da forma mais agressiva que vocês possam imaginar". "Já atordoado, o policial devolveu meu celular para que desbloqueasse e ele pudesse apagar a bendita foto. Por ter tomado muitos socos, não conseguia acertar a minha senha, completamente baqueado com os murros", lembrou.Na tarde do domingo (5), o governador Rui Costa se posicionou no Facebook sobre a acusação feita pelo jornalista e exigiu uma "apuração rigorosa" dos fatos. Também através da rede social, Rui também destacou que o governo "atuará sempre para assegurar que a democracia seja vivida de forma plena, garantindo a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, o direito de o jornalista exercer sua profissão mediante qualquer situação. Não permitiremos em nosso estado intimidações, constrangimento e nenhum tipo de violência contra o profissional ou contra o cidadão que denuncie ato ilícito".A Corregedoria Geral da Polícia Militar da Bahia iniciou um procedimento administrativo na segunda-feira (6). Em nota, a PM reiterou que "adotará todas as medidas necessárias para buscar a verdade dos fatos e reafirma que não coaduna com posturas agressivas por parte de policiais militares. Caso haja a confirmação da denúncia, a PM aplicará as sanções previstas em lei."
Jornalista conta que resolveu filmar ação e foi repreendido pelos policiais. (Foto: Reprodução/ Facebook) |
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