A assessoria do governo da Bahia confirmou que o governador Jaques Wagner, recebeu dois representantes da Tecondi e da Formitex, empresas supostamente beneficiadas pelo esquema desbaratado pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, a pedido de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo. O encontro com Carlos Cesar Floriano (Tecondi) e Alípio Gusmão (Formitex) com Wagner ocorreu em 4 de fevereiro de 2009, após conversas entre Rosemary e Paulo Vieira, diretor afastado da Agência Nacional de Águas, apontado pela Polícia Federal como chefe de uma quadrilha que comprava pareceres técnicos. Tanto ele, quanto o irmão Rubens Vieira, foram soltos na noite de sábado após uma semana de cárcere. A reunião, conforme e-mails trocados entre Rose e Paulo, aconteceu no Centro Administrativo da Bahia. A própria Rose passou os números do telefone da secretária do governador. Segundo Wagner, o encontro foi agendado porque se tratava de uma “audiência institucional solicitada pela secretária do gabinete da Presidência”. Os empresários, segundo os e-mails, estavam interessados em pedir incentivos fiscais ao governo baiano para reativar uma fábrica do setor químico no Centro Industrial de Aratu, na Região Metropolitana de Salvador. A assessoria do governador diz que foram tratadas questões burocráticas, com um “grupo de empresários que demonstrou interesse em realizar um empreendimento na Bahia e queria informações sobre as regras vigentes e os trâmites legais, mas que o negócio não se concretizou”. De acordo com a PF, Floriano pede a Paulo em e-mail de 9 de janeiro de 2009: “Compramos uma área na Bahia. É uma área grande, onde funcionava a fábrica da Dow Química. Temos intenção de reativá-la e também ampliá-la. O presidente do nosso grupo gostaria de uma audiência com o governador. Você tem como ajudar nesse agendamento?”. Rose levou 19 dias para agendar a reunião. “Acertei com o governador Jaques Wagner a audiência com o sr. Alípio (Tecondi). Pode falar em meu nome”, afirmou por e-mail. Uma outra sequência de e-mails interceptados pela PF revela como a Rosemary prometeu usar sua suposta proximidade com o ex-ministro José Dirceu para emplacar a nomeação de Paulo Vieira como diretor da Agência Nacional de Águas (ANA). Ela queria que Dirceu influenciasse a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na escolha de Vieira para o posto. “Surgirão agora em meados de abril duas vagas. Pelo que consegui observar, quem vai definir mais a questão é a Dilma. A pessoa que acho que consegue fazer esse pedido a ela, de forma eficaz, é o JD. Na minha opinião, um pedido pessoal seu ao JD, tratando a questão como de interesse pessoal seu, ganha muito mais força”, sugere Paulo Vieira em e-mail de 25 de março de 2009. A demanda foi feita horas depois de Rose passar detalhes do cruzeiro que queria fazer com a família e que seria custeada pelo grupo criminoso, segundo a Polícia Federal. Matéria original: Correio 24h Operação Porto Seguro: Wagner recebeu empresários a pedido de Rosemary
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