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Risco de dengue motivou Casa de Jorge Amado a esvaziar lago

Espaço, que era uma piscina adaptada, abrigava 20 sapos do tipo cururu

Redação iBahia • 22/09/2016 às 17:56 • Atualizada em 28/08/2022 às 19:32 - há XX semanas

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Quem visita a Casa do Rio Vermelho, memorial dedicado aos escritores Jorge Amado e Zélia Gattai no bairro, já não pode mais ver os sapos – uma das grandes paixões do casal - que moravam no local.O Lago dos Sapos, que na verdade é uma piscina, foi esvaziado há cerca de quatro meses pela equipe do memorial de Jorge Amado e Zélia Gattai, para evitar doenças como as que são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (como dengue, chikungunya, febre amarela e zika) e não há previsão de quando o lago ou os sapos vão voltar.

				
					Risco de dengue motivou Casa de Jorge Amado a esvaziar lago
Visitantes que foram acompanhar o tour guiado pelos personagens de Jorge Amado, como Gabriela (com a flor no cabelo) viram o lago vazio (Foto: Marina Silva/CORREIO)
“Como tínhamos os sapos, eles não deixavam o ciclo do Aedes se completar, então, não tem problema. Mas como tinha essa água e estava parada, a gente encontrou duas larvas”, conta a coordenadora de comunicação do museu e neta dos escritores, Maria João Amado. Segundo ela, depois que agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) foram ao local, foi constatado que não se tratava de um foco do mosquito Aedes aegypti. “Não era nem dele, nem da muriçoca comum. Era um outro inseto. Mas, para não dar margem a nada, muito mais pela opinião pública do que pelo risco verdadeiro, a gente preferiu esvaziar”, explica. Mosquito asiático De fato, não eram larvas de Aedes aegypti - mas era de um colega bem parecido. De acordo com a chefe do setor de informações do CCZ, Ana Galvão, as larvas eram do Aedes albopictus. Conhecido como 'tigre asiático', o mosquito também transmite dengue, zika e chikungunya. "Ele é mais agressivo, do ponto de vista da virulência (a capacidade de um vírus provocar a doença), mas tem se adaptado pouco ao nosso ambiente. Sempre fazemos o levantamento dele, com o LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti) e ele tem mais associação com áreas de vegetação", explica. Ela diz que não seria necessário acabar com o lago, existindo a possibilidade de limpá-lo uma vez por semana. O problema é que o efeito do larvicida colocado pelos agentes de saúde e controle de endemias pode ser prejudicado por fatores como a chuva. "Se é impossível fazer isso (limpar uma vez por semana), não recomendamos deixar, porque o larvicida tem um poder de 60 dias, mas ele é calculado pelo nível da água. Se chover, se o nível aumentar, ele pode não ter o poder residual desejado".

				
					Risco de dengue motivou Casa de Jorge Amado a esvaziar lago
Antes de ser esvaziado, o lago abrigava 20 sapos cururus (Foto: Valter Pontes/Agecom)
Apesar disso, ela afirma que foram as larvas encontradas foram "uma quantidade pequena". No Rio Vermelho, o último LIRA indicou um índice de 0,7% de infestação, considerado satisfatório. Na lagoa, viviam 20 sapos da espécie cururu. Após deixarem a Casa do Rio Vermelho, os anfíbios foram levados para o Dique do Tororó. E, por enquanto, não há previsão de novos sapos voltarem a habitar a casa – além dos que são feitos de barro ou cerâmica, remanescentes da coleção do casal Amado e que ficam em exposição em local. “A gente quer esperar uma coisa mais definitiva, por estarmos lidando com um animal vivo (os sapos). Estamos querendo encontrar uma solução melhor para trazer os sapos de volta”, completa Maria João. A Casa do Rio Vermelho fica na Rua Alagoinhas, nº 33, e funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. Os ingressos custam R$ 20. Às quartas, a visita é gratuita.

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