A startup baiana Sucupira está entre os três finalistas do Desafio Tecnológico promovido pelo Sebrae e Faeb/Senar. O evento será realizado, durante o Festival de Chocolate 2022 em Ilhéus, entre os dias 21 a 24 de julho. Além da equipe baiana, estão Treevia e Busca Terra, ambas do estado de São Paulo.
O projeto tem como foco o manejo florestal sustentável da lavoura cacaueira. As startups foram eleitas por um júri técnico composto por nove especialistas nos mercados de agronegócio, tecnologia e inovação.
Leia também:
Os envolvidos precisam buscar soluções tecnológicas que sirvam como instrumento para a realização do Inventário Florestal, que é um documento técnico que contempla censo florestal, coleta de dados de campo, identificação botânica, fitossociologia, planejamento e gestão e serve como base para autorização de manejo da cabruca (sistema agrossilvicultural) no sul da Bahia.
Nessa reta final, as equipes vão à campo, fazer visitas técnicas às fazendas da região do sul da Bahia e aplicando na prática, a solução proposta e validada pela banca do programa. Após o período de campo, as startups devem apresentar os resultados de suas soluções à banca avaliadora final, com o objetivo de demonstrar sua efetividade.
O programa vai beneficiar os 3 primeiros colocados com: viagem para capacitação, conexão e entendimento dos desafios a serem enfrentados; viagem para teste prático da solução; passagem, hospedagem, mentorias e acesso aos produtores de cacau, cursos específicos e o 1° colocado irá participar da E-Agro e receberá um aporte de até R$ 100 mil do Sebrae Bahia para o desenvolvimento da solução tecnológica.
Conheça as propostas dos finalistas
- Treevia
A proposta da Treevia visa integrar por meio do sistema SmartForest diferentes stakeholders. Espera-se que a solução traga maior eficiência dos processos, redução no custo operacional, aumento da produtividade, maior otimização do manejo florestal e assim, consequentemente, maior rentabilidade para o produtor e toda a cadeia produtiva.
Em uma primeira fase, consultorias ambientais e florestais poderão utilizar o sistema para realizar de maneira eficiente e auditável a coleta de dados florestais em campo através de métricas, indicadores e gráficos gerados sobre a floresta nativa, o que irá facilitar o manejo da Cabruca. Os órgãos ambientais, por sua vez, irão se beneficiar recebendo informações de fácil verificação e validação garantindo maior transparência e celeridade nas avaliações. Em uma segunda fase, a ambição é ir ainda mais longe. A proposta é utilizar os exclusivos sensores IoT da empresa para realizar o monitoramento florestal e do cacaueiro de maneira autônoma e contínua. Neste segundo momento, novos stakeholders também estarão envolvidos, tais como cooperativas, indústria cacaueira e bancos.
- Sucupira
As Cabrucas estão se tornando basicamente "asilos de árvores" nativas, pois, em geral, não se permite a expressão da sucessão secundária, deixando-as cada vez mais velhas e com menor vigor reprodutivo. Como consequência, as Cabrucas estão mais pobres em biodiversidade e cada vez menos robustas em termos de estoque de carbono, distanciando-se bastante, em estrutura e funcionamento, das florestas naturais das quais elas derivam.
Por isso, a solução tecnológica proposta denominada Sistema Integrado de Inventário em Cabruca (SIIC), tornará o inventário mais ágil, menos custoso e mais eficiente e abrangente, fornecendo subsídios não apenas ao mapeamento e à caracterização do sistema produtivo, mas também ao seu manejo, sua diversificação produtiva e sua continuidade. Seu sistema se divide em 3 componentes: (1) aerolevantamento, (2) inventário e (3) otimização da coleta, processamento de dados e relatório de resultados. A integração deles se dará através do software Theobroma, no qual os dados coletados serão analisados. Os resultados das análises gerados serão utilizados como subsídio à identificação das plantas, e para reduzir os custos e o tempo necessários à herborização e consulta às coleções científicas, funcionando como Guia de Campo Digital.
- Busca Terra
A solução tecnológica proposta pela startup Busca Terra é de baixo custo e funciona apenas com o celular sem a necessidade de acesso à internet. Por isso, propõe-se um aplicativo que capta e sincroniza dados em campo com armazenamento de informações das árvores nativas feito por um especialista, armazena as coordenadas, arquiva fotos, vídeos e outros dados ambientais como luminosidade e temperatura.
Ao encontrar sinal de internet, todos os dados coletados no app serão sincronizados a um software que irá fornecer relatórios automáticos, que serão atualizados simultaneamente e poderão ser utilizados por órgãos ambientais e produtores rurais. A intenção é que esta solução reduza o custo operacional, gere informação para manejo da área, aumente a produtividade e torne o processo do inventário florestal menos oneroso.
O programa vai beneficiar os 3 primeiros colocados com: viagem para capacitação, conexão e entendimento dos desafios a serem enfrentados; viagem para teste prático da solução; passagem, hospedagem, mentorias e acesso aos produtores de cacau, cursos específicos e o 1° colocado irá participar da E-Agro e receberá um aporte de até R$ 100 mil do Sebrae Bahia para o desenvolvimento da solução tecnológica.
Sobre a Cabruca - Entende-se por cacau cabruca, o sistema agrossilvicultural com densidade arbórea igual ou maior que 20 (vinte) indivíduos de espécies nativas por hectare, que se fundamenta no cultivo do cacau em associação com árvores de espécies nativas ou exóticas de forma descontínua e aleatória no bioma da Mata Atlântica.
Leia mais sobre Bahia no iBahia.com e siga o portal no Google notícias
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!