Os presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Região Metropolitana de Natal, ameaçam promover uma nova matança caso os detentos de uma facção rival não sejam transferidos para outras cadeias. Um dos detentos conversou com o jornal O Globo por telefone e afirmou que os confrontos não vão ter fim "até que a última gota de sangue seja derramada".
"Nós não quer o PCC aqui não, nós quer que tire eles. E eles (governo) tinham até hoje para tirar eles (preso). Não tirou. Com quatro dias que não tiraram, hoje, nós vamos matar tudinho", diz o preso, que se intitula membro do Comando Vermelho e aliado do Sindicato do RN. "Nós quer que tire eles. Bote eles pra Caraúba, Mossoró, bote pros infernos da terra, mas não deixe perto de nós. Porque Alcaçuz é só nossa. Tá entendendo? É só nós. Aqui a gente só sai quando derramar a última gota de sangue", disse.
A conversa entre o O Globo e o detento aconteceu por intermédio da esposa do homem, de 19 anos. No final de semana, uma rebelião no Alcaçuz deixou 26 mortos. Os ataques teriam sido ordenados pela facção Sindicato do Crime contra membros do PCC. Ontem, os detentos voltaram a se rebelar e chegaram a tentar invadir uma ala do local em que o grupo rival estava.
De acordo com o governo do Estado do RN, uma reforma será realizada no presídio e contará com a construção de um muro para separar as duas facções. Virgulino também afirmou que o Governo não tem intenção de fechar o presídio, principalmente pela superlotação que vem acontecendo no Rio Grande do Norte.
O governo Michel Temer reconheceu que a crise carcerária ganhou proporções nacionais e autorizou o uso das Forças Armadas no interior dos presídios pelo país. Eles vão fazer vistorias e revistas de presos, em busca de armas de fogo e armas branca, além de celulares e outros pertences proibidos.
A decisão foi anunciada pelo porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola. Em pronunciamento, Parola confirmou também que os agentes militares vão atuar também em conjunto com as polícias locais. Ele também disse que as ações vão precisar da autorização dos governadores, por as carceragens são responsabilidades dos estados.
“Em uma iniciativa inovadora e pioneira, o presidente coloca à disposição dos governos estaduais o apoio das Forças Armadas. A reconhecida capacidade operacional de nossos militares é oferecida aos governadores para ações de cooperação específicas em penitenciárias”, disse Parola.
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Redação iBahia
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