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Advogado diz que João de Deus vai se entregar

Acusado de abuso sexual por centenas de mulheres, médium será considerado foragido caso não se apresente à Justiça às 14h deste sábado

Redação iBahia • 15/12/2018 às 11:30 • Atualizada em 29/08/2022 às 8:21 - há XX semanas

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O advogado Alberto Toron, que defende o médium João de Deus, disse ao GLOBO, na manhã deste sábado, que as autoridades "podem ter certeza" de que o líder religioso se apresentará "espontaneamente" à Justiça. O defensor ressalvou que a rendição pode não ocorrer dentro do prazo estabelecido pela polícia.

Na noite desta sexta-feira, o delegado geral Polícia Civil de Goiás, Andre Fernandes, informou ao GLOBO que, a partir das 14 horas deste sábado, João de Deus será considerado foragido se não se apresentar. Neste caso, as autoridades passarão a considerar que a defesa do médium "está tentando manobrar a Justiça".

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

— A polícia pode ter certeza que ele se apresentará espontaneamente, mas, talvez, não nesse exíguo prazo — afirmou Toron.

Na manhã deste sábado, dezenas de pessoas se reuniam para uma festa de Natal na Casa da Sopa, inaugurada em 2004 a pedido das entidades da Casa de Dom Inácio, criada por João de Deus. A mulher do médium, Ana Keyla Teixeira Lourenço, compareceu à celebração e fez breve pronunciamento.

— Que os nossos lares continuem cheios de amor, de respeito, de carinho. Eu queria agradecer neste momento a todas as pessoas que aqui estão presentes. Muito obrigada — destacou Ana Keyla, ao microfone.

Administrador da Casa Dom Inácio e amigo de João de Deus, Chico Lobo, exaltou a organização da festa e ressaltou que o médium estava presente "espiritualmente".

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— É uma festa feita com amor, independente de qualquer coisa. Nós não estamos preocupados com nada, estamos preocupados aqui com as crianças e com o aniversário de Jesus, que é mais importante para todos nós — frisou Chico. — Queria agradecer a cada um pela presença, em nome da direção da Casa da Sopa e em nome do Seu João, que não está presente. Ele não está presente em matéria, mas espiritualmente ele está.

A prisão de João de Deus foi decretada pela Justiça na manhã desta sexta-feira. Mais de 20 endereços ligados a João de Deus já foram alvo de buscas da Polícia Civil em Abadiânia, onde fica o centro espiritual comandado pelo médium, e em outras localidades no interior do estado.

Agentes da Polícia Civil trocaram de turno durante a madrugada e continuam as buscas neste sábado. A defesa de João de Deus informou que iria recorrer na Justiça contra o pedido de prisão, mas que o acusado se entregaria independentemente do resultado do recurso.

— É preciso que o João se apresente, independente do resultado da liminar. Mas também temos que zelar pela integridade física dele — afirmou o advogado Thales Machado.

O paradeiro do líder religioso é incerto. Sua última aparição em público foi na quarta-feira, na casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. Ele permaneceu no local por apenas oito minutos. Um advogado amigo de João de Deus disse que a defesa do médium teme pela integridade física dele na prisão. Em nota, na sexta-feira, o advogado Toron havia classificado a ordem de prisão como "inaceitável", já que a defesa não teria tido acesso, na ocasião, ao pedido de prisão do Ministério Público Estadual de Goiás nem ao teor do depoimento das vítimas.

Famoso pela realização de "cirurgias espirituais", João Teixeira de Farias, o médium João de Deus, já atendeu celebridades, políticos e altos funcionários públicos do Brasil e do mundo. Agora, no entanto, ele é alvo de uma série de acusações de abuso sexual. O caso veio à tona com a revelação, entre sexta-feira (7) e sábado (8), de relatos de mulheres que acusam o médium de se aproveitar da autoridade de líder espiritual para abusar sexualmente delas. As histórias foram contadas na noite de sexta no programa "Conversa com Bial" e, no sábado, no jornal O GLOBO.

Pelo menos dez mulheres ouvidas pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) afirmaram que um grupo de funcionários do médium era conivente com os abusos sexuais cometidos durantes as sessões espirituais em Abadiânia. De acordo com os relatos, os abusos ocorriam em uma sala reservada apenas em momentos de atendimento individualizado. Se havia uma terceira pessoa no local, ela era orientada a ficar com os olhos fechados ou mesmo vendados.

Pelo menos quatro funcionários que não ficavam nesta sala, mas eram próximos ao médium e suspeitos de saberem do que ocorria, já foram identificados pelo MP de São Paulo. Os nomes não foram divulgados.

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