Um número restrito de alunos e professores forma a comunidade acadêmica do campus do Instituto Federal Instituto Federal de Ciência, Tecnologia e Educação de São Paulo (IFSP) em Campos do Jordão para onde Suzane Von Richthofen, presa pelo assassinato dos próprios pais, foi aprovada para estudar este ano. Quem estuda na unidade, cujo prédio reaproveita a estrutura de uma antiga rodoviária, afirma que "todo mundo se conhece" no local.
Escolhido por Suzane no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) esta semana, o curso de Gestão em Turismo está iniciando sua terceira turma. Ele abriu para inscrições em 2018, quando o campus entrou em atividade. O tempo normal de formação é de dois anos e seis meses, com perspectiva de que os alunos atuem como tecnólogos em áreas diversas do campo do turismo. Um formando pode se tornar recreador em um hotel da região, por exemplo, ou atuar no planejamento turístico de um município.
Suzane, de 36 anos, foi a oitava colocada de uma turma de 36 alunos e já é chamada de "caloura" entre os alunos do curso, que descobriram sobre sua aprovação na quinta-feira (30).
Se ela realmente passar a frequentar as aulas noturnas, deverá chegar às 19h e sair às 22h40m, de segunda a sexta-feira. A hospitalidade com os novatos é característica dos estudantes do IFSP: embora a instituição não autorize os chamados "trotes", todos recebem as boas-vindas no início do semestre, em fevereiro, e é esperado que logo se juntem aos colegas e professores para confraternizar no Bar do Jegue, localizado no próprio prédio.
A possível presença de Suzane, no entanto, cria apreensão em quem costuma participar desses momentos de lazer.
— Pensei sobre o assunto o dia inteiro. Acredito na ressocialização quando a pessoa demonstra remorso e intenção de mudar. Não é o que vemos na Suzane em todos esses anos. A impressão que ela passa é a de que o assassinato dos pais foi algo corriqueiro e isso nos assusta — afirma um aluno de 27 anos que estuda no terceiro período do curso de turismo.
Além do medo da convivência com uma pessoa envolvida no assassinato da própria família, alunos também temem que a frequência de Suzane nas aulas desperte a atenção pública para o prédio. Eles imaginam que a presença de uma das detentas mais conhecidas do Brasil poderá atrair um fluxo de pessoas incompatível com a rotina pacata do local nos últimos dois anos.
— As pessoas ficaram um pouco assustadas. A chegada dela vai atrair muita gente até o campus, curiosos da própria cidade e também da imprensa. E, para além de apenas vê-la, as pessoas podem querer impor algum tipo de represália a ela — diz o estudante.
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!