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Aplicativo Uber gera protestos de taxistas no Brasil e no mundo

Para um dos diretores da empresa, Fábio Sabba, o Uber não pode ser chamado de táxi, mas sim de um novo modelo de tecnologia

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25/07/2015 às 8:03 • Atualizada em 31/08/2022 às 22:14 - há XX semanas
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Taxistas de diferentes partes do Brasil têm rejeitado a chegada do aplicativo Uber ao país, realizando manifestações e buscando articulações para proibir seu uso. Ontem foi a vez dos cariocas e mineiros, que foram às ruas para barrar a ferramenta que viabiliza uma espécie de ‘carona paga’. No Rio de Janeiro, taxistas da cidade e de São Paulo interditaram várias vias ao longo do dia. A categoria, que teme perder clientes, questiona a legalidade do serviço que conecta motoristas autônomos e usuários de transporte. Em Belo Horizonte, os motoristas de táxi amarraram uma fita preta nos carros em um ato contra a “omissão” do poder público com relação a utilização do aplicativo na capital mineira. Segundo o presidente da Associação de Assistência ao Motorista de Táxi do Brasil, André de Oliveira, o serviço ofertado pelo Uber é clandestino e burla a legislação do transporte. Um dos organizadores do protesto, ele defendeu que “atualmente, dezenas de taxistas auxiliares aguardam em uma espécie de fila para se tornarem taxistas proprietários, e serviços como o Uber estão burlando isso”. Para um dos diretores da empresa, Fábio Sabba, o Uber não pode ser chamado de táxi, mas sim de um novo modelo de tecnologia. “Quando a gente fala de Uber, a gente não fala de táxi, a gente está falando de um novo sistema que não existia até poucos anos atrás. Então, pensar em encaixar o Uber na legislação é mais ou menos a mesma coisa que você tentar comparar Netflix e TV. São dois serviços distintos”, afirmou em entrevista ao G1. A polêmica, no entanto, já motivou a criação de leis que proíbem a operação em São Paulo e no Distrito Federal. O aplicativo respondeu aos protestos de ontem oferecendo corridas gratuitas entre as 7h e as 19h, com valor correspondente limitado a R$ 50. A mesma ação foi promovida em Belo Horizonte, na semana passada, onde das 11h às 18h, horário da “promoção”, o sistema ficou congestionado, não apenas na opção corrida grátis, mas também nas viagens comuns. Em São Paulo e Brasília, o Uber distribuiu picolés. “Queremos promover o debate, fazer mais pessoas conhecerem o serviço e mostrar que somos uma alternativa de transporte na cidade”, ressaltou Sabba.
Protesto no Rio de Janeiro (Foto: AFP)
Funcionamento Disponível em 58 países, o Uber foi lançado há cinco anos nos Estados Unidos e só chegou ao Brasil no mês de maio, quando iniciou suas operações no Rio de Janeiro. Para utilizar, o passageiro se cadastra no aplicativo ou pelo site, informando dados de cartão de crédito ou de uma conta PayPal. A partir daí, basta informar onde está e pedir o carro. O motorista deve ter uma carteira profissional e um carro considerado “de luxo”, lançado no máximo em 2009. Ele também precisa ter seguro do automóvel e seguro para o passageiro, além de não ter antecedentes criminais. Os motoristas cadastrados no Uber utilizam carros particulares, portanto, não contam com isenção de impostos como IPI, benefício oferecido aos taxistas. Inimigo mundial Presente em 150 cidades de 41 países, o Uber coleciona desafetos em diferentes partes do mundo. Também foram registrados protestos contra o aplicativo em Londres, Paris, Berlim, Barcelona, Madri, Milão e Taipei, Bruxelas, Seul, Xangai, além de nos estados de Victoria (Austrália) e Virginia (Estados Unidos). Na América Latina, a Cidade do México foi a primeira a regulamentar o Uber. Até agora, nenhuma cidade brasileira demonstrou interesse na legalização. Segundo o secretário de Tranportes do Rio, Rafael Picciani, o Uber viola uma lei federal, que regulamenta o transporte de passageiros com o uso do taxímetro, e também o direito dos taxistas, que pagam uma série de encargos. “Enquanto a Justiça não se pronunciar sobre a empresa, a prefeitura não vai aceitá-la. Vamos pedir à Justiça que proíba esses aplicativos”. Aplicativo não tem motoristas operando em Salvador O Uber ainda não tem motoristas cadastrados em Salvador, mas se depender dos taxistas que rodam pela capital e do poder público, o aplicativo também não será bem-vindo. “É a publicidade do transporte clandestino. É uma afronta à normatização estadual e municipal”, afirma o secretário de Urbanismo e Transportes, Fábio Mota. “Não será regulamentado aqui e nós tomaremos as atitudes cabíveis para que o Uber não opere na nossa cidade”, completa Mota. A frota de Salvador é composta atualmente por 6.996 táxis. Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas na Bahia (Sinditáxi), Carlos Augusto, os taxistas baianos estão apoiando as manifestações por todo país. “Estamos colaborando com o movimento e se o Uber chegar aqui, iremos combatê-lo”. As empresas que operam frotas de táxi acreditam que o aplicativo irá aumentar a cladestinidade no negócio ao operar sem a necessidade de licenciamento. “O Uber prejudica toda a categoria de taxistas. A tecnologia tem que facilitar a vida das pessoas e não fomentar a ilegalidade”, assegura o diretor da Bahia Táxi, Israel Silva.
Correio24horas

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