O lançamento de um aplicativo para o cadastramento de trabalhadores informais que serão beneficiados com auxílio emergencial de R$ 600 pago pelo governo por três meses acendeu o sinal de alerta para a quantidade de app falsos que surgiram para tentar roubar dados pessoais dos usuários. A estratégia é se aproveitar do anúncio de programas sociais verdadeiros e ações para reduzir o impacto do novo coronavírus para chamar a atenção das pessoas, confundir as vítimas e aplicar golpes.
Além disso, na hora de baixa o aplicativo, o usuário deve se certificar de que aquele é o correto para fazer a inscrição no benefício, já que há também outros apps oficiais do governo, verdadeiros, mas que servem para outras finalidades.
Em menos de 24 horas, golpistas lançaram uma série de plataformas que prometem fazer o cadastramento do beneficiário ou explicar como o auxílio será concedido, mas, na verdade, esses falsários ganham dinheiro quando as vítimas são direcionadas para propagandas ou usam essas ferramentas para roubar dados dos usuários.
Para confundir as vítimas, eles apresentam um nome parecido com o do aplicativo oficial e, em muitos casos, chegam a aparecer nas buscas primeiro, na frente do aplicativo oficial criado pela Caixa Econômica Federal.
Emilio Simoni, diretor laboratório especializado em segurança digital da Psafe, explica que os usuários devem verificar o fabricante do aplicativo antes de baixar e se certificar de que aquele é um app da Caixa.
— Vários aplicativos falsos que apareceram de ontem para hoje. Como o app da Caixa é novo e foi lançado agora, quando o usuário faz a busca, muito apps falsos aparecem na frente, porque já foram muito baixados e acessados. O aplicativo falso traz nome parecido e tem dentro dele uma série de propagandas. Eles chegam a mostrar até algumas informações porque a intenção é que o usuário navegue para ver mais publicidade. Em outros casos, os criminosos pedem dados pessoais para vender ou para acessar o celular ou computador da vitima — ressaltou Simoni.
Baixe aqui o aplicativo da Caixa para Auxílio Emergencial. Estes são os links corretos:
Golpe em sites
Além dos aplicativos maliciosos, a Psafe já identificou um site falso com mais de 6,7 milhões de acessos que promete realizar o cadastro falso para o recebimento do auxílio emergencial de R$ 600. Segundo Simoni, em tempos de pandemia, um dos maiores perigos deste link é que ele induz o usuário a fazer um cadastro falso e, no final, orienta o beneficiário a retirar o dinheiro em uma agência bancária, exatamente o contrário do que recomenda a Caixa, que fará depósitos em contas para evitar aglomerações:
— É um risco duplo porque você tem dados pessoais roubados e ainda pode se expor a contrair o vírus, se dirigindo indevidamente a uma agência bancária, como recomenda o site falso — observa o especialista.
O diretor-executivo da Infobase e coordenador do MBA em Marketing e Inteligência de Negócios Digitais da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, alerta que a população deve ter alguns cuidados na hora de baixar o aplicativo da Caixa Econômica Federal para receber o auxílio emergencial. Segundo ele, os trabalhadores autônomos, os informais e os microempreendedores individuais (MEIs) devem ficar atentos aos golpes que aumentaram neste período.
De acordo com Miceli, hackers estão produzindo aplicativos falsos para roubar dados e receber o dinheiro de quem necessita.
— O certo é entrar nas lojas dos sistemas Android e iOS para fazer o download da ferramenta. No entanto, em caso de dúvida, é indicado acessar o site da Caixa e buscar por informações sobre o aplicativo móvel, incluindo o link para baixá-lo nas lojas de aplicativos oficiais de cada sistema operacional. Ao entrar no site da Caixa, verifique se o símbolo de um cadeado está na barra de endereço, do lado esquerdo. Isso é um dos principais indícios de que o site é oficial — explica o professor da FGV.
André Miceli sugere ainda que é fundamental ter um antivírus instalado no computador ou no dispositivo móvel na hora do preenchimento do cadastro e que a senha deve ser exclusiva para o site.
— É preciso tomar muito cuidado ao acessar redes gratuitas de internet em locais públicos, porque não há garantia de que são protegidas — afirma o especialista.
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Redação iBahia
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