O presidente Jair Bolsonaro criticou, neste sábado (13), uma taxa ambiental cobrada para visitar uma praia no arquipélago de Fernando de Noronha , em Pernambuco, e disse que o valor "explica porque quase inexiste turismo no Brasil". Ele comentou na rede social um vídeo em que um homem filma a Praia do Sancho, considerada uma das melhores do mundo por sites de viagem.
No Facebook, Bolsonaro citou ser cobrado o valor de "R$ 106 para frequentar uma praia em Fernando de Noronha" e que isto sobe para turista estrangeiro, indo a R$ 212. "Isso é um roubo praticado pelo GOVERNO FEDERAL (o meu Governo). Vamos rever isso", escreveu o presidente, referindo-se a uma portaria do Ministério do Meio Ambiente que instituiu o pagamento da taxa. Ele finaliza a publicação pedindo que se "denuncie práticas porventura semelhantes em outros locais".
O pagamento dessa taxa citada por Bolsonaro, cobrada desde 2012, permite acesso ao Parque Nacional Marinho, que engloba algumas das praias mais conhecidas de Noronha, como a do Sancho e a Baía dos Porcos. O valor pago pelo turista para visitar a praia é válido por dez dias. O parque é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), do Ministério do Meio Ambiente.
Além desta citada por Bolsonaro, ao entrar na ilha de Fernando de Noronha, o visitante deve pagar uma taxa de permanência chamada Taxa de Preservação Ambiental - TPA. Diferentemente da paga para acessar o Parque Marinho, a TPA é cobrada e arrecadada pelo Governo Estadual de Pernambuco, que administra o Distrito de Fernando de Noronha. A taxa varia de acordo com a quantidade de dias que o turista permanecerá em Noronha e começa em R$ 73,52.
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Procurados pelo GLOBO, ICMBio e Ibama orientaram a reportagem a procurar o Ministério do Meio Ambiente, que não respondeu até o momento. O governo de Pernambuco disse que não se pronunciaria sobre o assunto.
Refúgio para espécies em extinção
Criado em 14 de setembro de 1988, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PARNAMAR-FN), caracterizado como um santuário para muitas espécies, é, desde 2001, reconhecido e tombado pela UNESCO como Patrimônio Natural Mundial da Humanidade.
De acordo com a unidade, o parque foi cirado com o "objetivo de valorizar os ambientes naturais e de beleza cênica local, protegendo os ecossistemas marinhos e terrestres, preservando a fauna, a flora e os demais recursos naturais".
Ainda de acordo com o parque, a área é considerada uma das mais importantes para a reprodução de aves marinhas do Atlântico. A região é ainda "um refúgio perfeito para diversos grupos ameaçados de extinção, como cetáceos (baleias), tartarugaso ouriço-satélite, coral-de-fogo e tubarão-limão".
O Parque Nacional Marinho abriga cerca de 230 espécies de peixes e 15 de corais, além de golfinhos-rotadores, diversas espécies de tubarões e raias.
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Redação iBahia
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