Atrás apenas do câncer de mama e de colorretal, o câncer de colo de útero já é considerado o terceiro tumor mais frequente nas mulheres no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Só neste ano, são esperados 15.590 novos casos, com um risco estimado de 15,33 diagnósticos a cada 100 mil brasileiras. A prevenção ainda é o cuidado mais poderoso para combater a doença, podendo evitar a evolução do quadro em 100% dos casos, como afirma o médico e coordenador de Ginecologia do Hospital Prontonorte, Dr. Cláudio Vendruscolo.Para ele, o alto índice de mortalidade provocado pelo câncer de colo de útero, chegando a 5 mil mortes por ano no país, poderia ser muito menor se houvessem exames periódicos. "O principal motivo de ainda haver tantas mulheres com essa doença é a falta de prevenção. Há pacientes que passam vários anos sem realizar consultas preventivas e exames importantes como o Papanicolau, citologia e colposcopia", alerta o profissional. O câncer de colo de útero já atingiu 527 mil mulheres em 2012 no mundo - último dado atualizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) - e foi responsável pelo óbito de 265 mil, sendo que 87% das mortes ocorreram em países em desenvolvimento. A OMS acredita que o surgimento do câncer também tem maior chance de ocorrer em países menos desenvolvidos, justamente pela falta de medidas preventivas, de higiene, de infraestrutura e atendimento médico.Na maioria dos casos, a doença surge devido à infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV). Contudo, essa infecção, por si só, não representa uma causa suficiente para o surgimento da neoplasia e, sim, pela sua persistência. "Quando as lesões surgem, podem ser necessários de cinco a dez anos para se transformarem em câncer, daí a importância dos exames preventivos anuais", reforça o ginecologista. "Com o tratamento adequado dessas lesões precursoras, é possível evitar o aparecimento de câncer em 100% dos casos", lembra.Além do HPV, outros fatores contribuem para o surgimento da doença, como a baixa imunidade, o histórico familiar, a idade e até mesmo o comportamento sexual, que podem influenciar na regressão ou persistência da infecção, podendo evoluírem para um quadro cancerígeno.Para o Dr. Cláudio, a vacina contra o HPV, o uso de preservativos e o check-up ginecológico anual são as três principais medidas capazes de erradicar o câncer de colo de útero nas próximas décadas. Com exceção do câncer de pele, o tumor é o que apresenta maior potencial de prevenção e cura, quando diagnosticado precocemente. O profissional recomenda que mulheres de 25 a 45 anos também devem tomar a vacina anti-HPV, mesmo que já tenham tratado lesões precursoras ou sido infectadas anteriormente. "Para elas, compensa muito o esforço da imunidade para prevenir novas lesões", afirma.Em 2014, o Ministério da Saúde implementou no Sistema Único de Saúde (SUS) a vacinação gratuita contra o HPV de meninas de 9 a 13 anos. Anualmente, milhares de meninas e adolescentes recebem a vacina tetravalente, que protege contra os dois principais tipos oncogênicos de HPV (16 e 18).Centro-Oeste e DF - O risco estimado de surgirem novos casos de câncer de colo de útero na região Centro-Oeste é de 22,19 casos a cada 100 mil mulheres, segundo o Inca. Em Brasília, foram realizadas 142 cirurgias de tumor maligno de colo de útero na rede pública do DF neste ano, de acordo com dados disponíveis da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Em 2013, das pacientes diagnosticadas com a doença no DF, 88 fizeram radioterapia, 153 passaram por quimioterapia e 70 foram a óbito.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade