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Centro de Cidadania LGBT emite nota sobre agressão de travesti

"[Verônica] declarou à nossa equipe ter sofrido agressões em vários momentos por parte de policiais militares", diz a nota

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16/04/2015 às 20:55 • Atualizada em 27/08/2022 às 4:07 - há XX semanas
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O Centro de Cidadania LGBT, vinculado à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, disse, por meio de nota, que a travesti Verônica Bolina, de 25 anos, confirmou ter sofrido agressão em vários momentos durante sua estadia na carceragem do 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, em São Paulo.
"[Verônica] declarou à nossa equipe ter sofrido agressões em vários momentos por parte de policiais militares e de 'preto', fazendo referência aos agentes do Grupo Operações Estratégicas (GOE), durante o episódio em que atacou o carcereiro da Polícia Civil por conta de uma troca de cela e no hospital Mandaqui quando do atendimento médico", informou o órgão da Prefeitura, em nota.
A Defensoria Pública, responsável pela defesa de Verônica, informou ver indícios de abuso policial. "As fotos evidenciam, pelo menos, uso desproporcional de força. O que se alega é que foi utilizada força para contenção, mas conter não é espancar. Além disso, a divulgação da imagem dela machucada e com seios à mostra demonstra uma tentativa de exposição indevida. Caberia ao Estado proteger sua integridade física e moral. Se não foram os policiais quem divulgaram as fotos, foram ao menos coniventes com essa divulgação", informou o órgão em nota.
Entenda o caso
A travesti Verônica, de 25 anos, presa na sexta-feira (10), suspeita de uma tentativa de homicídio contra uma idosa, ficou desfigurada durante o período em que esteve na carceragem de Bom Retiro, em São Paulo.
De acordo com a polícia, ela se envolveu numa briga com os agentes carcerários e arrancou com a boca um pedaço da orelha de um deles. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo disse que vai investigar a divulgação de oito fotos da jovem seminua na internet.
Ainda segundo a versão da polícia, Verônica se envolveu em uma briga com outros presos, com quem dividia cela, e apanhou após ter se masturbado no local, no domingo (12). Ela teria mordido a orelha de um agente penitenciário que teria tentado ajudá-la.
Em entrevista à Folha de São Paulo, o delegado responsável pelo caso, Luis Alberto Hellmeister, o agente penitenciário foi responsável por parte dos ferimentos e a outra parte teria sido causada durante a briga em que ela se envolveu na sexta-feira (10).
De acordo com o boletim de ocorrência, Verônica tinha sido detida por tentativa de homicídio contra uma idosa que vivia em seu prédio, durante uma discussão. Os agentes e a suspeita foram levados ao Hospital das Clínicas, em São Paulo. A mãe da Verônica, Marli Ferreira, em entrevista ao Extra, disse que a filha se prostituía e morava na capital paulista há um ano.

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