O jogador Daniel Corrêa, encontrado morto no sábado (27), estava "bastante embriagado" e "totalmente indefeso" no dia em que foi brutalmente assassinado e teve o órgão genital mutilado, informou o delegado Amadeu Trevisan, responsável pelo caso, em entrevista coletiva nesta terça-feira em São José dos Pinhais (PR).
Exames no corpo do atleta, com passagens por Botafogo e São Paulo, constataram que havia 13,4 decigramas de álcool por litro de sangue. Não foram encontrados indícios de que ele teria ingerido outras drogas. Para se ter uma ideia, 5 decigramas de álcool por litro de sangue é a medida mínima que aparece no bafômetro quando uma pessoa não está apta a dirigir.
As pessoas envolvidas no assassinato — o empresário Edison Brittes Júnior, sua mulher Cristiana e sua filha Allana, de 18 anos — vão responder por homicídio qualificado. Outros três suspeitos estariam envolvidos na morte de Daniel. Segundo Trevisan, a família tentou coagir testemunhas em um shopping na segunda-feira (29), para que todos contassem a mesma história.
O delegado contou que a versão inicial era de que a vítima tinha saído da casa de Edison, onde ocorreu uma festa após o aniversário da jovem e, mais tarde, apareceu morto.
— (Nessa situação do shopping), Edison é muito claro, ele adverte, ele ameaça a testemunha, que ela não poderia romper aquele elo, aquela conversa — afirmou Trevisan.
A partir do momento em que a polícia descobriu a autoria do homicídio, depois de levantadas as informações de testemunhas, Edison confessou e alegou ter agido sob "violenta emoção". Trevisan, porém, contesta:
— O crime iniciou naquela manhã (de sábado). Houve muito tempo para que esse crime fosse evitado. E os outros? Participaram por quê? Os demais participaram para que o resultado ocorresse.
Os depoimentos de Cristina e Allana já foram colhidos, enquanto o de Edison deve ser tomado nesta quarta-feira. A defesa da família alegou que Daniel, de 24 anos, tentou estuprar a mulher de Edison, mas não há vestígios que comprovem essa versão. A filha do casal disse que estava dormindo e, mais tarde, viu que o jogador se mexia, mas não falava.
De acordo com o superintendente da Polícia Civil do PR, Edmilson Pereira, o corpo de Daniel "foi encontrado nu" na Estrada do Mergulhão, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, "com o pescoço praticamente degolado e o órgão genital mutilado". Os investigadores constataram que foi usada uma arma branca no crime.
Daniel passou por grandes clubes do futebol brasileiro, como o Coritiba, Botafogo e Ponte Preta. O meia tinha contrato até dezembro com o São Paulo, que havia emprestado o jogador ao São Bento.
O jogador foi para a capital paranaense comemorar o aniversário de Allana, assim como tinha feito no ano anterior, afirmou Trevisan. Daniel e o grupo saíram de uma casa noturna na noite do dia 26 e foi para a casa de Edison, onde a festa continuou.
Segundo a mãe da vítima, Daniel começou a jogar futsal aos 5 anos e, desde o início, se destacava. Eliana Corrêa contou ainda que o filho era uma pessoa tranquila, calma e que tratava todo mundo bem.
— Ele foi brutalmente assassinado — disse, frisando que saber o que aconteceu não faz diferença, pois "nada vai trazer ele de volta".
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Redação iBahia
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